quarta-feira, 20 de março de 2013
Opinião – As Sete Maravilhas do Mundo de Steven Saylor
Titulo: As Sete Maravilhas do Mundo
Autor: Steven Saylor
Titulo Original: The Seven Wonders
Ano de Publicação Original: 2012
Editora: Bertrand Editora
Ano: 2012
Tradução: Pedro Carvalho e Rita Guerra
Páginas: 358
ISBN: 9789722525169
Sinopse: Corre o ano de 92 a.C. e Gordiano acabou de fazer 18 anos e está prestes a embarcar na aventura de uma vida: uma longa viagem para visitar as Sete Maravilhas do Mundo. Gordiano ainda não recebeu o nome de o Descobridor – mas, em cada uma das Sete Maravilhas, o jovem romano de olhos grandes encontra um mistério que desafia os seus poderes de dedução.
A acompanhar Gordiano nas suas viagens está o seu tutor, Antípatro de Sídon, o poeta mais celebrado do mundo. Contudo, o velho poeta, ao que tudo indica inofensivo, é mais do que parece à primeira vista. Antes de partirem, Antípatro finge a própria morte e viaja sob uma identidade falsa. Em segundo plano, surgem os primeiros indícios de uma sublevação política que agitará todo o mundo romano.
Professor e pupilo viajam pelas lendárias cidades da Grécia e da Ásia Menor, seguindo, depois, para a Babilónia e o Egito. Assistem aos Jogos Olímpicos, participam em festivais exóticos e maravilham-se com as mais espetaculares construções alguma vez concebidas pela humanidade. No caminho, deparam-se com assassínios, magia e assombramentos fantasmagóricos.
Ao misturar mistério, magia e trabalho detetivesco com um empolgante vislumbre do mundo antigo, das suas maravilhas e intrigas, Steven Saylor revela, por fim, a história de Gordiano e de como este se tornou o homem que viria a ser conhecido como o Descobridor.
Opinião: Recebi este livro o Natal passado e estava com bastante curiosidade para o ler. Embora já tivesse ouvido falar de Steven Saylor, é o primeiro livro que leio deste autor. Como gosto imenso do género romance histórico, e as Sete Maravilhas da Antiguidade sempre me fascinaram, estavam reunidas as condições para uma leitura agradável que este livro viria a revelar-se. Confesso que a única coisa que, antes de iniciar a leitura, não estava a encaixar muito bem era parte detetivesca.
A semana passada foi um complicada, com muito pouco tempo livre, e muito sono nesse pouco tempo. Este foi o único motivo que me levou a demorar um pouco mais a ler este livro, pois a escrita do autor, é simples e fluída e a história interessante e com ritmo. Não fosse o sono e seria daqueles livros para ler noite dentro.
A meio da leitura dei por mim a pensar no quanto estava a assimilar da História das Sete Maravilhas e dos hábitos dos povos das terras onde estas se situavam sem que nunca me parecesse estar numa aula de História. Pelo contrário, o autor consegue descrever-nos os locais e os monumentos de uma forma tão realista que nos sentimos parte do enredo, como se estivéssemos a vê-los pelos olhos de Gordiano. Esta é para mim a grande mais valia deste livro, Não fora o facto de apenas uma delas continuar de pé, e já estaria a sonhar com uma visita a todas as 7 Maravilhas. Resta-me a Grande Pirâmide, mas está nos meus planos... :)
A parte detetivesca ou de thriller no meu entender não está tão bem conseguida, em parte talvez devido à pouca idade do protagonista. Por vezes a inserção dos mistérios no enredo pareceu-me um pouco forçada e algumas das soluções demasiado óbvias. No entanto não estragam o livro, e embora pessoalmente preferisse que o autor incluísse menos mistérios ou mesmo que se resumisse apenas a um de solução mais intrincada, estes não me aborreceram nem fizeram com que perdesse o interesse. O único que irritou um pouco foi precisamente o da Grande Pirâmide, pois apesar de até poder ter algum fundamento histórico está demasiado fantasioso para o que se pretendia do livro.
As personagens são de fácil empatia, Gordiano é um adolescente determinado e perspicaz, e das inúmeras personagens com que se cruza nas suas viagens destaco a sedutora Bito. Na minha opinião a fusão das personagens ficticias com personagens históricas como Antípatro de Sídon também está bem conseguida.
Deixo ainda uma nota positiva para a Cronologia e Notas do Autor, devidamente colocadas no final do livro. Quando acabo de ler um livro de ficção histórica gosto de ter noção de até onde vão os factos e começa a ficção.
Em resumo um livro que recomendo pelo que dele se pode retirar sobre as Sete Maravilhas da Antiguidade e pelas horas descontraídas e prazerosas que a sua leitura proporciona.
Termino com um pequeno poema de Antípatro de Sídon dedicado a Corinto, um dos muitos locais visitados pelos protagonistas:
Onde, ó Corinto, está agora a tua afamada beleza?
As ameias e os baluartes, os templos e as torres onde estão?
Onde está a multidão que vivia dentro das tuas muralhas?
As matronas que faziam vigilias nas suas residencias sagradas, onde estão?
Cidade de Sísifo, não resta qualquer traço de ti.
A guerra acomete e devora, toma um pouco e exige mais.
Só as filhas de Oceano choram por ti.
Sobre a costa deserta as lágrimas das Nereidas depositam os seus sais.
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Olá Nefertari,
ResponderEliminargosto bastante de romances históricos e quando a História é enquadrada num enredo apelativo existe a possibilidade de nos encontrarmos perante um livro memorável. Gostei bastante da tua opinião. :)
Boas leituras.
PS. Aquela "coisa" das estantes invertidas não me convenceu por aí além mas vai daí a minha habilidade para o bricolage é bastante modesta... :D
Olá André,
EliminarNo caso deste penso que o ponto forte é mesmo o podermos aprender de forma descontraída. Acho que vou dar mais uma oportunidade ao autor e ler pelo menos o próximo da serie.
PS - quanto à estante eu sambem não experimentei que bricolage é um campo onde não me aventuro, mas achei o efeito na parede engraçado :)