domingo, 19 de janeiro de 2014

Opinião – Ararat de Alexandre Saro

Alexandre Saro

Titulo: Ararat
Autor: Alexandre Saro

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: 2013

Editora: Chiado Editora
Ano: 2013
Tradução: n/a
Páginas: 280
ISBN: 9789895103898

Sinopse: Segundo a tradição judaico-cristã, após meses de diluvio universal, a Arca de Noé terá tocado terra firme num monte chamado de Ararat. Foi nesse local que os filhos de Noé recomeçaram a titanesca tarefa de recolonização do planeta. Milénios depois, algures no Minho profundo, reconstruir essa arca torna-se no desígnio de uma Instituição pública da região.
"Ararat" conta essa história. As vidas, os propósitos, medos, ilusões, mesquinhez e a forte presença da religião.
Um emigrante ilegal vem para Portugal em busca de um sonho. Um político local tenta reformar-se com dinheiro e glória. Um jovem ambicioso engenheiro reencontra uma paixão antiga jamais consumada, enquanto um advogado descobre ter casado por amor. Percursos de vida entranhados de ambição e frustração.
Em síntese, "Ararat" é a história colateral à edificação de uma obra pública. A história marginal aos grandes desígnios. Ou, talvez quem sabe, a história principal.
É uma narrativa negra ilustrativa das debilidades contemporâneas dos descendentes de Noé.

Opinião: Como já anteriormente mencionei este livro chegou-me às mãos através do próprio autor que o quis submeter à minha opinião. Por isso comecei a lê-lo sem qualquer tipo de expectativas, uma vez que não conhecia a escrita do autor, nem tinha ainda lido ou ouvido qualquer opinião acerca do livro. E fiquei agradavelmente surpreendida, por uma escrita de fácil leitura mas cuidada, por um enredo que sem ser muito intrincado está bem pensado, e sobretudo pelo sarcasmo e capacidade critica do autor.

Neste livro Alexandre Saro pega no que a sociedade portuguesa tem de pior e faz uma "caricatura" muito bem conseguida da mesma, plena de sarcasmo e ironia. É uma critica de costumes, um retrato negro dos nossos políticos, das nossas falsas moralidades, das grandes negociatas, de projetos megalómanos e inúteis. Enfim de tudo aquilo que levou o país ao seu estado atual.

Quantos às personagens ainda que algumas estejam exageradamente caracterizadas (ao estilo de uma caricatura) não há como não reconhecer nalgumas delas, um vizinho, um colega, uma figura publica... Na sua maioria são completamente odiosas, repugnantes mesmo, como penso que fosse a intenção do autor.Mas também existem algumas personagens bastante memoráveis e empáticas com é o caso do Padre Luís que adorei e até mesmo Szaza um georgiano que se vai intrometendo na história de uma forma bastante original. Também gostei bastante da "explosão" de Teresa perante a vida que leva. A única personagem que achei um pouco aquém foi Miguel que para protagonista é um pouco morno, mas a verdade é que a vida está cheia de Migueis.

Em resumo, ainda não é uma obra prima mas para primeiro romance está bem conseguido. Acho que Alexandre Saro promete futuros bons livros e recomendo que leiam este para começar.


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