terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Opinião – Mataram a Cotovia
Titulo: Mataram a Cotovia
Autor: Harper Lee
Titulo Original: To Kill a Mockingbird
Ano de Publicação Original: 1960
Editora: Relógio D'Água
Ano: 2012
Tradutor: Fernando Ferreira Alves
Páginas: 340
ISBN: 9789896412746
Sinopse: Situado em Maycomb, uma pequena cidade imaginária do Alabama, durante a Grande Depressão, o romance de Harper Lee, vencedor do Prémio Pulitzer, em 1961, fala-nos do crescimento de uma rapariga numa sociedade racista.
Scout, a protagonista rebelde e irónica, é criada com o irmão, Jem, pelo seu pai viúvo, Atticus Finch. Ele é um advogado que lhes fala como se fossem capazes de entender as suas ideias, encorajando-os a refletirem, em vez de se deixarem arrastar pela ignorância e o preconceito. Atticus vive de acordo com as suas convicções. É então que uma acusação de violação de uma jovem branca é lançada contra Tom Robinson, um dos habitantes negros da cidade. Atticus concorda em defendê-lo, oferecendo uma interpretação plausível das provas e preparando-se para resistir à intimidação dos que desejam resolver o caso através do linchamento. Quando a histeria aumenta, Tom é condenado e Bob Ewell, o acusador, tenta punir o advogado de um modo brutal. Entretanto, os seus dois filhos e um amigo encenam em miniatura o seu próprio drama de medos, centrado em Boo Radley, uma lenda local que vive em reclusão numa casa vizinha.
Opinião: Este foi um dos (ou mesmo o) livros que procurei por mais tempo e empenho. A edição esgotadíssima da extinta editora Difel foi durante muito tempo quase impossível de encontrar, e quando aparecia alguma ou desaparecia num ápice ou tinha um preço de fugir. Assim foi para mim uma excelente surpresa quando a editora Relógio D'Água reeditou esta obra.
Como devem calcular as minhas expectativas eram altíssimas, depois de tudo o que li sobre este livro e do tempo que esperei para o ler. Por isso aguardei algum tempo para lhe pegar, em parte porque tinha algum receio de me decepcionar. Não podia estar mais enganada...
Este livro não só não me decepcionou como superou todas as minhas expectativas. Considero-o uma grande prova de como uma história e uma escrita simples e descomplicada pode por vezes superar enredos complicadíssimos e escritas muito elaboradas. Já tenho lido livros com escritas tão complicadas e por vezes tão ocos de conteúdo que se tornam num suplicio e em alguns deles cheguei ao fim sem ter a certeza de ter captado a mensagem que o autor pretendia passar ou até mesmo partes do enredo. Com este livro aconteceu-me precisamente o contrário, li nas entrelinhas, captei a mensagem do autor até onde ela não está explicita, vivi os acontecimentos, emocionei-me com as personagens. Em suma uma lição de vida brilhantemente escrita da forma mais simples possível.
O enredo, bem descrito na sinopse, pode à primeira vista parecer banal, mas garanto-vos que está muito longe disso, é pelo contrário original pela sua visão dos factos, tocante pela sua simplicidade, magnifico por nos fazer reflectir quase sem nos apercebermos disso.
As personagens são fenomenais, a empatia é imediata, desde a pequena Scout ao recluso Boo, passando pelo Jem ou pela Miss Maudie mas tenho de destacar o Atticus Finch por quem criei uma enorme admiração. Adorei a sua visão da vida, o seu sentido único de justiça, o facto de acreditar que a maioria das pessoas são realmente boas quando finalmente as conhecemos. Precisamos de mais Atticus Finchs nas nossas vidas, que bom seria se todos nós conhecêssemos pelo menos um...
A minha única nota negativa para este livro vai para uma picuinhice minha que é o facto de ter as notas do tradutor no final. Não é o primeiro livro que leio assim, mas não gosto, para mim as notas têm de estar em rodapé, para que possam ser rapidamente consultadas.
Para terminar e como podem calcular este é um livro que não só recomendo sem qualquer reserva, como aconselho vivamente que não deixem de ler...
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