Titulo: O Fantasma da Ópera
Autor: Gaston Leroux
Titulo Original: Le fantôme de l'Opéra
Ano de Publicação Original: 1911
Editora: Público
Ano: 2004
Tradução: Alexandra Maria Matos de Amaral Maria Ribeiro
Páginas: 317
ISBN: 8497894960
Sinopse: O fantasma da Ópera existiu realmente. Não era, como durante muito tempo se pensou, fruto da imaginação dos artistas, superstição dos directores ou produto de mentes absurdas e impressionáveis das jovens do corpo de baile, das suas mães, dos funcionários que zelam pelos camarotes, dos empregados do bengaleiro ou do porteiro. Sim, ele ara de carne e osso, embora assumisse a aparência de um verdadeiro fantasma, isto é, de uma sombra espectral.
Opinião: O Fantasma da Ópera à semelhança de Romeu e Julieta, que li recentemente, é mais um exemplo de uma clássica história de amor que quase todos conhecemos, mas poucos a lemos. Eu já andava há bastante tempo para o fazer e resolvi pedir este exemplar da coleção Geração Público no WinkingBooks. Penso que terá sido uma má escolha pelos motivos que explicarei mais adiante.
A ação ocorre no século XIX na Ópera de Paris que supostamente se encontra assombrada por um misterioso fantasma, que se entretém a assustar mais ou menos inofensiva os seus frequentadores e funcionários. Pelo meio causa algumas catástrofes mais graves e vai chantageando os diretores da referida Ópera. O autor e narrador da maioria dos capítulos, vai-nos revelando a sua história, enquanto tenta provar-nos que se tratava de uma pessoa de carne e osso e não um ser espectral. A história roda também em torno da personagem de Christine Daae e do amor que a esta é dedicado, seja obsessivamente por Erik (o fantasma) ou idealisticamente por Raoul.
Confesso que desconhecia grande parte dos detalhes desta história, pelo menos desta versão original de Gaston Leroux e por esse motivo esta foi uma leitura interessante. Preencheu lacunas de uma história que afinal não conhecia assim tão bem.
Já do resto não posso dizer o mesmo. No que respeita à escrita do autor não consegui sequer avaliar, porque me recuso a acreditar que Gaston Leroux escrevesse tão mal quanto o português desta versão que li. Penso que na sua maioria sejam erros de tradução, ou talvez uma adaptação mal conseguida para o público juvenil a que esta coleção se destina. O certo é que mesmo sem ter certezas, pois não tive acesso a outras traduções nem ao original, a verdade é que nesta versão o português é tão mau que chegam a existir frases que temos de ler/reformular duas ou três vezes para que façam sentido, de tão desconexas que estão. E isso perturba imenso a leitura, ao ponto de irritar.
As personagens estão razoavelmente bem caraterizadas, Christine mostra-nos uma faceta imprevisível e por vezes incompreensível durante um grande parte do livro mas no final conseguimos compreendê-la e às suas indecisões. Erik é nesta versão original da história, uma personagem cheia de dualidades, por vezes um monstro cruel e noutras um génio, incompreendido e injustiçado, cheio de amor para dar. No entanto para mim a personagem de Raoul é a que está melhor conseguida, conseguimos compreendê-lo, sentir o seu desespero e sofrimento. Também gostei da personagem do Persa, que se mostra corajoso, determinado e com o espírito prático que falta aos restantes. O seu capítulo final é, para mim, o mais interessante e com menos falhas a nível de português.
O enredo é interessante, sem ser extraordinário, mas gostava de o ter lido noutra edição em que não me sentisse irritada página sim, página não. Recomendo a quem quiser conhecer a versão original e os detalhes de uma história tão familiar, mas de preferência noutra edição.
Sinto que posso estar a ser injusta e que com uma outra edição este livro mereceria uma classificação de Bom/Gostei, mas à edição que li não consigo atribuir mais de
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