terça-feira, 6 de novembro de 2012

Opinião – Tieta do Agreste - Vol.I

Jorge Amado


Titulo: Tieta do Agreste - Vol.I
Autor: Jorge Amado

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: 1977

Editora: Planeta DeAgostini
Ano: 2002
Tradutor: n/a
Páginas: 325
ISBN: 9727476341

Sinopse: Nesta embrulhada, cujos nós começo a desatar, quem merece nome em placa de rua, avenida ou praça, artigos laudatórios, homenagens, comendas, cidadania, ser proclamado herói? – digam-me os senhores. Aqueles que propugnam pelo progresso a todo o custo – pague-se o preço sem reclamar, seja qual for – a exemplo de Ascânio Trindade? Se pagasse com a vida, teria pago menos caro. Se não forem eles, que outros? Não há de ser a Barbozinha, ou a dona Carmosina, a Dário, comandante sem tropa a comandar, que se confira tais honrarias, muito menos a Tieta, melhor dito, à madame. As palavras também valem dinheiro, herói é vocábulo nobre, de muita consideração.
Agradecerei a quem me elucidar quando juntos chegarmos ao fim, à moral da história. Se moral houver, do que duvido.

Opinião: Este é um daqueles livros que já mora numa das minhas prateleiras há alguns dez anos sem que nunca lhe tivesse pegado. Não sei bem explicar porquê, uma vez que como já aqui tive oportunidade de referir gosto imenso de Jorge Amado. Tardei em pegar-lhe mas de certa forma foi melhor assim porque deu tempo suficiente para me distanciar da telenovela baseada nesta obra que passou na RTP1 por volta de 1990, altura em que as nossas escolhas televisivas eram muitíssimo limitadas. Desta forma embora muitas vezes visualize a Betty Faria quando imagino a Tieta do livro, da história apenas recordava pequenos detalhes o que para mim torna a leitura mais prazerosa.


A história é, para quem não se recorda ou mesmo para quem ainda não era nascido na época, a do regresso de Antonieta Esteves a Santana do Agreste, 26 anos após ter sido expulsa pelo pai por comportamentos menos próprios para a época e para a mentalidade local. E de como esta passa de condenada a heroína local, devido à sua fogosidade, à sua coragem mas acima de tudo ao seu dinheiro.

Das coisas que mais me agradam na escrita de Jorge Amado são as suas personagens, bem caracterizadas, cómicas, trágicas, por vezes exageradas mas quase sempre reconhecíveis entre quem nos rodeia.

Este livro está cheio delas, principalmente femininas, desde a beata Perpétua, à fogosa Tieta, à sonhadora Leonora, passando pela bisbilhoteira Carmosina, ou pela submissa Tonha. Afinal quem nunca conheceu pelo menos uma delas na vida?

Nas personagens masculinas destaco o inocente Ricardo, o determinado Ascânio, o engatatão Osnar, o medroso Astério, ou o impagável bêbado Bafo de Bode.

Gosto principalmente da forma como o autor com o desenrolar da história nos vai mostrando as várias facetas das personagens ou a forma como as mesmas vão evoluindo. Com algumas excepções, as personagens nunca são exclusivamente vilãs ou heroínas, a começar por Tieta que subiu na vida por meios discutíveis, que se envolve com o sobrinho, mas é acima de tudo genuína, corajosa e generosa. São personagens ricas, com os seus defeitos e virtudes, humanas como todos nós.

Quanto ao enredo vou esperar a leitura do 2º volume para me pronunciar, quando já estiver a par do desenrolar e do final da história.

Mas resumindo estou a gostar bastante de ler mais esta obra de Jorge Amado e parto com entusiasmo para o 2º volume.

Para já e com a história ainda a meio a minha nota é:



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