sábado, 6 de outubro de 2012

Opinião – A Barragem

Júlio Moreira


Titulo: A Barragem
Autor: Júlio Moreira

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: 1993

Editora: Livros Quetzal
Ano: 1993
Tradutor: n/a
Páginas: 262

Sinopse: Júlio Moreira é um escritor que escapa a qualquer tentativa de arrumação em correntes literárias.
As novelas A Execução (1967), O Insecto Perfeito (1969), O Apóstolo de Si (1986), O Regresso dos Faraós (1987) distinguem-se pelas suas estruturas e processos narrativos sempre renovados. Uma incontestável identidade resulta desta diversidade de expressão.

Óscar Lopes, refere-se a O Apóstolo de Si como «um processo experimental de ficção, cheio de incidências do mais diverso e fascinante género, processo que simultaneamente se frui como ficção e como autoconsciência ficcional». Manuel João Gomes diz a respeito de O Regresso dos Faraós: «As convenções da literatura narrativa são manipuladas pelo narrador e transformam-se num Grande Circo de Fenómenos estranhos, de situações macabras e de fantasmas que povoam o vácuo e se desfazem à nossa vista como outras tantas caudas de cometa».

A Barragem, mantendo o mesmo carácter de literatura de vanguarda, abre-se para um amplo leque de leitores, quer pela actualidade dos temas, quer pelo dinamismo quase cinematográfico da narração.

Opinião: Não é fácil para mim opinar sobre este livro em parte por ter despertado sentimentos diversos e contraditórios durante a sua leitura, mas aqui fica a minha tentativa.

Começo pela edição que deixa muito a desejar. O livro tem um formato estranho e pouco prático (alto e estreito), a capa é vaga e pouco apelativa, o material é fraquito e ficou cheio de marcas de uso em poucos dias mesmo tenho usado uma capa protectora. E para terminar, e o que para mim é mais importante, o texto da contracapa está longe de ser aquilo que entendo por sinopse e nada diz sobre o livro. Ou seja esta edição tem para mim todas as características que levam a que um livro não seja um sucesso de vendas e facilmente caia no esquecimento.

No meu caso tinha curiosidade em conhecer a obra de Júlio Moreira, e escolhi este livro por 2 motivos, por ter sido galardoado com o Prémio PEN Club que me pareceu uma boa credencial, e por estar disponível no WinkingBooks (novamente os meus agradecimentos a  smonteiro).

O início do livro é muito interessante e despertou de imediato a minha curiosidade. Penso que um resumo do primeiro capitulo teria dado uma excelente sinopse, pelo vou tentar fazê-lo mesmo sem ter muito jeito  e tentando não revelar demasiado da história.

Por 3 noites consecutivas, por volta das 4 horas, um escritor é acordado pelo toque do telefone sem que ninguém fale do outro lado. Apenas se ouve uma respiração e uma vaga música de fundo. A seu lado dorme uma mulher a quem este omite os factos e tenta não acordar. Na 4ª noite o escritor fala com o seu interlocutor numa tentativa de o identificar mas sem sucesso, pois este volta a desligar sem falar. Apenas na 5ª noite o autor dos telefonemas fala. O escritor reconhece a voz, aliás nunca se tinha convencido da sua morte, e se acabou por a aceitar foi talvez por a ter desejado, apesar da amizade que existia entre os dois…

No entanto o desenvolvimento da história esteve longe de estar à altura das minhas expectativas, pelo contrário foi-se desenrolando apático e pouco interessante ao ponto de ter tido dias em que não li mais de 4 ou 5 páginas.

Não posso negar que a escrita de Júlio Moreira é muito boa, clara, simples mas com um toque poético que me agrada. Na minha opinião não é aí que o livro falha, muito pelo contrário, mas sim no enredo que não entusiasma e nas personagens a meu ver pouco desenvolvidas ao ponto de não ter conseguido criar empatia com nenhuma.

Como pontos positivos realço a originalidade da construção da história em que os personagens e os lugares não têm nome e os acontecimentos não têm data. Por várias vezes dei por mim a tentar encaixá-los na nossa História ou na nossa Geografia, mas se pensar bem poderiam ser encaixados na História e na Geografia de vários países.

O final do livro também me agradou, acho que esteve à altura do início, e como tal após algumas hesitações e tendo em conta os muitos altos e baixos desta leitura a minha classificação não pode ir além de 


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