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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Opinião dos Leitores – Almas Cinzentas de Philippe Claudel

Prosseguimos para a 5ª opinião dos leitores... isto começa a ficar interessante :)

Desta vez a opinião vem da Silvana, que foi a 2ª seguidora a ganhar 2 prémios do blogue. Isto porque acabou de ganhar o ultimo Aconteceu a... mas já tinha ganho um passatempo do blogue em Julho de 2013 e é desse livro que vamos partilhar a sua opinião. A Silvana também tem um blogue o Por detrás das palavras, que vos convido desde já a visitar em http://por-detras-das-palavras.blogspot.pt/ . E foi lá que publicou a opinião que hoje partilho convosco.

Antes de passar aos detalhes do livro quero ainda salientar que este é um livro que ainda não li, mas tenho muita curiosidade em ler. A Silvana não gostou desta leitura o que me leva a salientar 2 pontos importantes para os outros vencedores de passatempos. Se quiserem partilhar a vossa opinião não deixem de o fazer por não terem gostado do livro ou por já ter passado muito tempo. Este é um exemplo de que todas as opiniões são muito bem vindas :)

Titulo: Almas Cinzentas
Autor:  Philippe Claudel

Titulo Original: Les Âmes Grises
Ano de Publicação Original: 2003

Editora: Edições Asa
Ano: 2004
Tradução: Isabel St. Aubyn
Páginas: 192
ISBN: 9789724140209

Sinopse: Vencedor do Prémio Renaudot, Almas Cinzentas foi considerado o romance preferido dos livreiros, segundo um inquérito conduzido pela revista Livres-Hebdo, bem como – segundo a revista Lire - o mais importante romance publicado em França durante o ano de 2003.
Um romance que, em jeito de thriller, toca o universal para revelar o ser humano em toda a sua fragilidade e grandiosidade.
Inverno de 1917. Numa pequena povoação da Lorena, a poucos quilómetros do campo de batalha onde decorre uma das maiores carnificinas da história da Europa, é descoberto o cadáver de uma menina de dez anos. O assassino é encontrado na figura de um jovem desertor que é imediatamente executado, ainda que uma testemunha diga que viu a criança encontrar-se com o insondável Procurador da terra na noite do crime.
Muitos anos depois, vai ser o polícia da aldeia, que desde o início duvidara da culpa atribuída ao rapaz, a relembrar o dia do crime e a cadeia de acontecimentos que o precederam e que se lhe seguiram. Uma história que termina com a tomada de consciência de que, na fronteira entre o bem e o mal, todos somos a um tempo culpados e inocentes, justos e injustos, almas cinzentas e atormentadas.

Opinião da Silvana: Esta foi uma leitura muito estranha. Tão estranha que nem sei o que hei-de escrever sobre o livro.

É um livro com uma densidade de conteúdo muito característica o que me dificultou a leitura e a compreensão dos factos que envolvem toda a história do livro. A forma como está escrito confundiu-me acerca da localização temporal da acção. Andei completamente perdida no tempo (li na sinopse que a acção decorre alguns anos depois de um crime ter acontecido, porém eu não me consegui aperceber disso ao longo do livro - confesso que foi algo estranho, para mim a acção do livro realizou-no na mesma altura e não houve um avanço no tempo).

Como me é muito difícil fazer esta opinião vou optar por dizer o que gostei no livro e que me fez dar-lhe duas estrelas (estive mesmo para lhe dar uma):

  • A capa - Adora-a! A cor e o jogo de imagens é hipnotizante.
  • A reflexão acerca dos humanos - Gosto particularmente de um diálogo em que passa a mensagem de que o ser humano não é preto nem branco e sim cinzento. Um meio termo que o faz adaptar-se ao mundo e às situações. Que nos torna diferentes uns dos outros
  • O final - não estava nada à espera daquilo que aconteceu. Depois de ter sabido de determinado acontecimento no livro, ele ficou "apagado" até ao final e eu andei a pensar nesse acontecimento, pois queria saber o que é que tinha acontecido. Quando li o final fiquei sem palavras. Não esperava nada daquilo que aconteceu. Ao mesmo tempo que me apanhou de surpresa, também me deixou pensativa e me fez olhar para o polícia de uma forma diferente. Acho que nenhum leitor consegue imaginar a complexidade daquela alma. Uma personagem extremamente rica que até merecia mais no livro.

Opinião – A Cor do Coração de Barbara Mutch

Titulo: A Cor do Coração
Autor:  Barbara Mutch

Titulo Original: The Housemaid’s Daughter
Ano de Publicação Original: 2010

Editora: Editorial Presença
Ano: 2014
Tradução: Maria João Freire de Andrade
Páginas: 383
ISBN: 9789722353021

Para mais informações sobre o livro A Cor do Coração, clique aqui

Sinopse: Este romance de estreia de Barbara Mutch tem vindo a conquistar os meios literários internacionais, pela peculiar delicadeza e a sensibilidade que a sua escrita revela.

A história inicia-se nas terras do Karoo, na África do Sul, onde uma jovem irlandesa chega para desposar o noivo que não vê há cinco anos e aí constituir família. O livro revela-nos as pouco ortodoxas ligações que se vão tecendo entre os diferentes personagens. Com o rebentar da Segunda Guerra Mundial tudo muda dolorosamente naquela casa, até que uma guerra se instala no próprio país — o apartheid—, dilacerando ainda mais as já fragilizadas relações. A Cor do Coração é, acima de tudo, um romance inteligente e desafiador, que retrata o drama e o sofrimento de duas mulheres capazes de se elevarem acima da crueldade e do preconceito em nome dos valores mais genuinamente humanos.

Opinião: Como por certo já devem ter notado, ando mais lenta que um caracol nas minhas leituras. Não sei nem explicar-vos o motivo, não tenho lido maus livros, e se é certo que tenho tido alguns contratempos, e dedicado o meu empenho a mais projetos do que deveria, a verdade é que isso em mim não é novidade, falta de tempo para tudo o que gostava de fazer sempre tive. No entanto, mesmo não sendo uma leitora de maratonas, tempo para ler sempre arranjei... pelo menos até 2014 que se está  a revelar um ano recordista em leituras, mas pela negativa.

Passando a este livro em concreto, foi mais um para o qual parti sem expectativas, a sinopse agradou-me, mas sendo um romance de estreia, e sobre o qual não tinha lido opiniões, não sabia de todo o que esperar.  Revelou-se uma leitura agradável, genuína e sensibilizante.

Quem segue as opiniões que tenho deixado por aqui, sabe que aprecio romances que misturam ficção com factos históricos, principalmente quando são factos sobre os quais ainda não li grande coisa. No caso deste A Cor do Coração, obviamente que conhecia o apartheid, quanto mais não seja por ter sido um regime que terminou há relativamente pouco tempo, ou por ter voltado a ser noticia recentemente com a morte de Nelson Mandela. No entanto em termos literários pouco ou nada tinha lido sobre este regime. O racismo é um tema que me sensibiliza quando bem tratado, no entanto até agora o que tinha lido passava-se maioritariamente nos EUA ou no Brasil. Este foi um dos motivos a marcar pontos na minha opinião sobre o livro.

Evidentemente que este facto por si só de nada valeria se a escritora e/ou a história fossem péssimas, mas não é o caso. Nota-se que Barbara Mutch não é ainda uma escritora experiente, e A Cor do Coração não virá por a certo a ser um clássico da literatura, no entanto a sua escrita é simples mas cuidada, os personagens estão razoavelmente bem estruturados, a narrativa é feita de uma forma original (alternando a voz de Ada e o diário de Cathleen), o tema é abordado de uma forma ligeira é certo, mas sem lamechices. Tudo isto reunido fez de A Cor do Coração uma leitura agradável.

Gostei da história de vida destas duas mulheres, como cada uma delas conseguiu marcar a diferença, sem deixarem no entanto de serem pessoas comuns, sem estatuto de heroínas.

Em resumo é uma leitura agradável que recomendo principalmente a quem pretenda ter uma visão geral do apartheid, narrada pela voz de uma mulher comum mas determinada, ingénua mas de rápida aprendizagem.






terça-feira, 7 de outubro de 2014

Opinião dos Leitores – Kafka à Beira-Mar de Haruki Murakami

Fico sempre muito satisfeita quando recebo o vosso parecer sobre os livros que ganham nos passatempos aqui do blogue. Hoje recebi mais uma (já são 4, maravilha) da Diana Ponte que ganhou o primeiro Aconteceu a... e recebeu o livro Kafka à Beira-Mar de Haruki Murakami.


Titulo: Kafka à Beira-Mar
Autor:  Haruki Murakami

Titulo Original: Umibe no Kafuka
Ano de Publicação Original: 2002

Editora: BIS
Ano: 2014
Tradução: Maria João Lourenço
Páginas: 592
ISBN: 9789896603151

Sinopse: Kafka à Beira-Mar narra as aventuras (e desventuras) de duas estranhas personagens, cujas vidas, correndo lado a lado ao longo do romance, acabarão por revelar-se repletas de enigmas e carregadas de mistério. São elas Kafka Tamura, que foge de casa aos 15 anos, e Nakata, um homem já idoso que nunca recupera de um acidente de que foi vítima quando jovem, que tem dedicado boa parte da sua vida a uma causa - procurar gatos desaparecidos.
Neste romance os gatos conversam com pessoas, do céu cai peixe, um chulo faz-se acompanhar de uma prostituta que cita Hegel e uma floresta abriga soldados que não sabem o que é envelhecer desde os dias da Segunda Guerra Mundial.
Trata-se de uma clássica e extravagante história de demanda e, simultaneamente, de uma arrojada exploração de tabus, só possível graças ao enorme talento de um dos maiores contadores de histórias do nosso tempo.

Opinião da Diana Ponte: Duas personagens de diferentes gerações, que não têm qualquer ligação em comum e que não se conhecendo pessoalmente, as suas vidas de certo modo se cruzam.
Acompanhamos a fuga e os dilemas de um ('Kafka') e, no oposto, o alheamento ao mundo do outro, que aceita a sua vida e "missão" sem questionar (Nakata). Acrescem, ainda, as pequenas histórias das restantes personagens.

É um livro rico e complexo que aborda diversos temas. Mas, penso que se trata sobretudo de uma jornada espiritual, uma busca de sentido da vida. Nesse aspecto o desprendimento e, simultaneamente, a 'entrega 'de Nakata foi o que mais me fascinou.

Pessoalmente, conhecendo gradualmente a história de vida de cada personagem, as mais ou menos importantes, marcou-me o "vazio" patente na vida de grande parte delas, o estado de "à deriva" que cada um sente dentro de si (apercebendo-se ou não).
Quando o vazio impera no interior vai-se ao sabor da maré, porque nada nos impele, somos seres passivos, que simultaneamente procuram colmatar essa ausência de destino, objectivo, meta.

Esta leitura colocou-me perante o facto de nem tudo se resumir ao certo e errado, nem tudo ter explicação e justificação.
A jornada da vida e da procura (interior) do sentido dela é cheia de dúvidas, da decisão de sair da nossa zona de conforto ou não. De escolher continuar a viver na sombra dos outros ou como eles esperam/previram, sem que nos apercebamos, ou tomar as rédeas e fazermos nós o nosso caminho.

sábado, 6 de setembro de 2014

Opinião – Eles de Joyce Carol Oates

Titulo: Eles
Autor:  Joyce Carol Oates

Titulo Original: Them
Ano de Publicação Original: 1969

Editora: Civilização Editora
Ano: 1974
Tradução: Daniel Augusto Gonçalves
Páginas: 564
ISBN: --

Sinopse: Loretta Wendall, sua filha Maureen e seu filho Jules são «eles» - três personagens unidas por ódio corrosivo e amor mudo. «Eles» são também as forças que os privam violentamente da felicidade - ignorância, intolerância, o isolamento resultante de ser uma parte e, no entanto, viver à parte; as diferenças entre rico e pobre, entre branco e negro, entre o amante e o ente amado. Através de uma complexa extensão de espaço e tempo - Detroit e os seus arredores entre 1937 e 1967- os três Wendalls vivem o seu dia-a-dia no meio de ominosa história, tentando por quase todos os meios enfrentar os «eles» que não podem compreender, cada qual procurando desesperadamente acalmar uma inquietação com uma liberdade de abandono, para encontrar a sua própria identidade, definir o seu eu único, invulnerável. Desde a Depressão dos anos trinta à violência dos anos sessenta, J.C. Oates penetra no ponto de vista de cada personagem a fim de pôr em evidência o impacte de acontecimentos nela, a subtil afinidade de uma com outra, as emoções e sentimentos íntimos que incitam cada uma delas ao seu próprio sonho e acção. ELES é um romance extraordinário, um trabalho que veio mais uma vez revelar, a notável e compassiva penetração de espírito da autora, a sua perícia de narradora fiel e a sua elevada capacidade artística.

Opinião: Este livro andou duplamente enguiçado:) Primeiro bati o record pela negativa no tempo que levei para o ler e agora que finalmente terminei a leitura, não estava a conseguir arranjar tempo para escrever sobre ele.

Antes de ir de férias passei por um período de completa exaustão, em que na maior parte dos dias nem ler me apetecia, o que aliado à minha costumeira falta de tempo resultou no tempo absurdo que levei para ler este livro. Acreditem que a culpa nem foi do livro, que mesmo não me tendo deslumbrado, não é de todo um mau livro. Aliás, tendo em conta o meu estado de espírito nem sei se esta irá ser uma crítica muito justa, mas é a possível.

Há imenso tempo que pretendia ler Joyce Carol Oates, uma autora que ainda não conhecia mas tinha boas expectativas. Tendo cá por casa dois dos seus livros, acabei por pegar neste meramente por uma questão cronológica, pois é um dos primeiros livros desta autora. A sinopse também me agradou, costumo gostar de livros que acompanham a história dos personagens por um período alargado.

As primeiras páginas, mesmo tendo sido lidas a passo de caracol, agradaram-me bastante. Gostei da escrita da autora, simples e quase cinematográfica. A adolescência de Loretta é-nos apresentada a bom ritmo e com excelentes descrições que nos transportam facilmente para dentro da ação.

Nos capítulos seguintes, o ritmo perde-se um pouco, mas continuei a gostar da história de Loretta jovem adulta, e da infância dos seus filhos. Uma nota muito positiva para a forma brilhante como autora muda de narrador, sem nos baralhar, dando uma perspectiva muito completa da história.

Foi quando a narrativa chegou à adolescência dos filhos de Loretta que a minha capacidade de leitura desmoronou de vez e na minha opinião o livro se perdeu. Tendo ainda um ou outro capítulo interessante, os restantes mudam de tom, tornam-se lentos e cansativos, a história perde ritmo e as personagens perdem interesse. Confesso que a paixão de Jules por Nadine, apenas conseguiu dar-me sono e uma enorme vontade de ler na diagonal. O seu reencontro já na idade adulta deixou-me mesmo entorpecida, houve alturas que fiquei na dúvida se se tratava de uma cena de amor/sexo ou de uma alucinação psicótica. Também Maureen é uma personagem que se perde com passar dos anos, mas neste caso a mudança tem alguma razão de ser como perceberão se lerem o livro.

O livro volta a melhorar bastante nos capítulos finais que voltam a ganhar ritmo e interesse. Adorei cena final entre Jules e Maureen.

Sendo assim este é um livro bastante irregular, cheio de altos e baixos e que me deixou bastantes dúvidas sobre esta autora, a que pretendo dar uma nova oportunidade mais tarde. Recomendo com reservas e não posso atribuir mais do que...



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Opinião dos Leitores – A Cor do Coração de Barbara Mutch

Hoje tive mais uma excelente surpresa no meu mail, mais uma opinião de uma leitora, desta vez a Gizela Mota, que se junta assim à Angélica Fidalgo e à Susana Franco, num total de 3 opiniões enviadas. Pode parecer pouco mas para quem esteve dois anos apenas com uma opinião, são grandes progressos :)

A Gizela ganhou o livro A Cor do Coração de Barbara Mutch, uma gentil oferta da Editorial Presença, pelo que vos deixo os dados do livro e a sua opinião.

Titulo: A Cor do Coração
Autor:  Barbara Mutch

Titulo Original: The Housemaid’s Daughter
Ano de Publicação Original: 2010

Editora: Editorial Presença
Ano: 2014
Tradução: Maria João Freire de Andrade
Páginas: 383
ISBN: 9789722353021

Para mais informações sobre o livro A Cor do Coração, clique aqui .

Sinopse: Este romance de estreia de Barbara Mutch tem vindo a conquistar os meios literários internacionais, pela peculiar delicadeza e a sensibilidade que a sua escrita revela.

A história inicia-se nas terras do Karoo, na África do Sul, onde uma jovem irlandesa chega para desposar o noivo que não vê há cinco anos e aí constituir família. O livro revela-nos as pouco ortodoxas ligações que se vão tecendo entre os diferentes personagens. Com o rebentar da Segunda Guerra Mundial tudo muda dolorosamente naquela casa, até que uma guerra se instala no próprio país — o apartheid—, dilacerando ainda mais as já fragilizadas relações. A Cor do Coração é, acima de tudo, um romance inteligente e desafiador, que retrata o drama e o sofrimento de duas mulheres capazes de se elevarem acima da crueldade e do preconceito em nome dos valores mais genuinamente humanos.

Opinião da Gizela Mota: Quando comecei a lê-lo pensei mais um a falar da discriminação das raças, mas surpreendeu-me pela positiva, pois o enredo simples conseguiu transmitir  que é possível solidificar/consolidar uma amizade com o passar dos anos apesar da cor da pele das personagens e dos preconceitos que em vez de totalmente ultrapassados pelas personagens que rodeiam a dupla inabalável de amizade (a irlandesa que emigrou para África do Sul e a "criada e filha" pelas quais desenvolveu sentimentos e afectos profundos de ternura e amizade) começavam a mostrar sinais (muito ténues) de fragilidade e ruptura nos pensamentos e acções.


terça-feira, 8 de julho de 2014

Opinião dos Leitores – Amor no Rio das Pérolas de Marta Curto

Quem já ganhou um livro num dos passatempos lançados aqui no blogue sabe que sempre que o envio, sugiro ao vencedor que se após a leitura sentir vontade de partilhar a opinião com os restantes leitores do blogue, a envie para o meu mail pois terei muito gosto em publicá-la. Não interessa se levam um dia, um mês ou um ano para o ler, ou mesmo se detestaram o livro, queremos mesmo é conhecer a vossa opinião. E não há formatos definidos nem nº de linhas obrigatório, escrevem o que vos vai no pensamento e a formatação fica a meu cargo.

No entanto até hoje apenas uma vencedora o tinha feito, a Angélica Fidalgo, que ganhou o livro A Única Verdade de Anna Quindlen. Por isso fiquei muito contente ao receber mais uma opinião, desta vez da Susana Franco, a dezembro, que ganhou o livro Amor no Rio das Pérolas de Marta Curto e foi rapidíssima a opinar. Obrigada Susana por partilhares :)


Titulo: Amor no Rio das Pérolas
Autor:  Marta Curto

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: 2009

Editora: Livros d'Hoje
Ano: 2009
Tradução: n/a
Páginas: 237
ISBN: 9789722039161

Sinopse: Serão precisos mais de 150 anos para as vidas de todas estas personagens se cruzarem no tempo.
Histórias feitas de encontros e desencontros, de amores proibidos, de amores que ainda nem se sabe que virão.
Um livro que nos faz viajar entre a Macau do século XIX e a de hoje, dez anos depois de Portugal ter abandonado a administração do território, fazendo-nos descobrir uma nova realidade desconhecida para a maioria dos portugueses.

Opinião da Susana Franco: Gostei muito, de fácil leitura, não conhecia a autora, nem o livro, foi uma boa leitura.

História de amores proibidos, passa-se em vários séculos a história, no século 19 e actual. Conta como era e é a sociedade de Macau. Retrata as diferenças, entre portugueses e macaenses e chineses.

Um livro de romance e história.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Opinião – O Valente Soldado Chveik de Jaroslav Hasek

Titulo: O Valente Soldado Chveik
Autor:  Jaroslav Hasek

Titulo Original: Osudy dobrého vojáka Švejka za svetové války
Ano de Publicação Original: 1923

Editora: Público
Ano: 2011
Tradução: Alexandre Cabral
Páginas: 187
ISBN: 9789896821692

Sinopse: Chveik, soldado astuto e malicioso, é o símbolo da posição negativa dos soldados checos em relação à Áustria durante a primeira guerra mundial, encarnando uma das mais profundas e saborosas sátiras ao militarismo. A caricatura que Hasek traça da burocracia militar austríaca corresponde a um protesto contra a guerra bem como contra a águia imperial.
O Valente Soldado Chveik é hoje um clássico da literatura mundial.

Opinião: Apesar de já ter terminado a leitura deste livro há algum tempo, devido a ter experimentado a leitura em simultâneo com outro livro, acabei por deixar esta opinião pendurada. Com as mil e uma coisas para fazer para o aniversário do blogue, deixei mesmo passar demasiado tempo, situação que não me agrada pois gosto de escrever as minhas opiniões mal acabo de ler um livro.

Dito isto, O Valente Soldado Chveik chegou-me às mão numa edição do Jornal Público, e mesmo sendo um livro para o qual tinha excelentes expectativas, foi mais um cuja leitura foi sendo adiada.

Talvez devido às altas expectativas que tinha a seu respeito, esta foi uma leitura que não me satisfez totalmente. Gostei da sátira à guerra e à burocracia da época, bem conseguida, com alguns momentos de um humor carregado de ironia. A personagem de Chveik é memorável,  sem duvida incomparável e única, mas não consegui vê-lo como um soldado astuto e malicioso como se pretendia, pareceu-me apenas uma personagem que oscila entre a ingenuidade de uma criança e a sabedoria de um velho, mas não vi intencionalidade ou premeditação nessas oscilações.

Eu tenho um sentido de humor algo peculiar e no que toca a sátiras, comédias e afins raramente concordo com os gostos da maioria. Neste caso tenho de concordar que o livro tem momentos muito bem conseguidos, em particular os que Chveik protagoniza juntamente com Otto Katz, um caricato capelão bêbedo, e na minha opinião a personagem mais bem conseguida do livro. Mas mesmo assim, para mim esta sátira ficou um pouco aquém do que esperava.

Não deixo no entanto de recomendar esta leitura a quem ainda não o leu. Jaroslav Hasek tem uma escrita bastante acessível, o livro é relativamente pequeno, e como já mencionei tem momentos muito bem conseguidos. E para leitores com um sentido de humor diferente do meu, poderá até ser uma obra prima.

Depois de alguma hesitação a minha classificação é...


terça-feira, 27 de maio de 2014

Opinião – A Chama ao Vento de Carla M. Soares

Titulo: A Chama ao Vento
Autor:  Carla M. Soares

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: n/a

Editora: Coolbooks
Ano: 2014
Tradução: n/a
Número de páginas (estimadas): 430 (ebook)
ISBN: 978-989-766-004-7

Sinopse: Um corpo anónimo é lançado à água num misterioso voo noturno sobre o Atlântico…

Vivem-se os anos mais negros da Segunda Guerra Mundial, e a vida brilha com a força e a fragilidade de uma chama ao vento. Na Lisboa de espiões e fugitivos dos anos 40, João Lopes apresenta à sua amiga Carmo um estrangeiro mais velho, homem de segredos e intenções obscuras que depressa a seduz, atraindo os dois jovens para uma teia de mistérios e paixões de consequências imprevistas.
Anos volvidos, Francisco, jornalista, homem inquieto, pouco sabe de si próprio e menos ainda de Carmo, a avó silenciosa que o criou, chama apagada de outros tempos. É João Lopes quem promete trazer-lhe a sua história inesperada, história da família e dos passados perdidos nos tempos revoltos da Segunda Grande Guerra e da Revolução de Abril. Para João, é uma história há muito devida. Para Francisco, o derrubar dos muros que ergueu em torno da memória e da própria vida.
Um retrato íntimo de Portugal em três gerações, pela talentosa escritora de Alma Rebelde.

Opinião:  Já há algum tempo que não publicava um post de opinião no blogue, em parte pelo pouco tempo livre que tenho tido e ultimamente porque me lancei numa dupla nova experiência.

Tudo começou com a simpática oferta da nova editora Coolbooks de um exemplar de A Chama ao Vento em formato ebook para divulgação e opinião. E a aventura foi dupla porque com a leitura deste livro fiz duas coisas que não tenho por hábito fazer. A primeira foi ter conciliado durante algum tempo a leitura deste livro com a leitura do livro que já tinha iniciado e que em breve deixarei também a minha opinião. Não é uma experiência que tencione repetir mas neste caso sendo livros muito distintos até não foi complicado. A segunda nova experiência foi a leitura de um ebook, tecnologia a que tenho andado a resistir há algum tempo.

Sendo a primeira leitura de um ebook que faço, acho importante começar por vos falar um pouco da minha experiência pessoal, penso que pode ser importante para alguns resistentes que sei que ainda existem por aí.  Este livro foi lançado apenas no formato ewook o que na minha opinião é uma pena, pois é limitativo para alguns leitores, mas é uma opção da editora. Assim sendo no meu caso experimentei lê-lo nos 3 dispositivos possíveis: PC, Tablet e Smartphone. Começo por dizer que não tive qualquer dificuldade em abrir o ebook em qualquer um deles, necessitando de ligação à Internet apenas na primeira vez que abri o ebook. Quanto aos dispositivos recomendo sem sombra de duvida o tablet, é de longe o mais cómodo, tendo para mim apenas o senão de não gostar de andar com ele para todo o lado. No PC a leitura é fácil mas é pouco cómodo ler um livro sentada à secretária e no smartphone achei que devido ao pequeno visor que nos permite ler apenas 5 ou 6 linhas de cada vez torna-se cansativo.

Quanto à tecnologia em si, a pergunta que se coloca é: o ebook substitui o livro em papel? Na minha modesta opinião... não. Gosto muito dos meus livros em papel, são muitos anos a folhear e este é um hábito que não pretendo perder. Mas os ebooks podem ser uma boa opção para ir alternando, têm algumas vantagens que no meu caso são significativas:  a questão do espaço que começa a rarear cá por casa e algumas funcionalidades que podem ser bastante úteis. Permitem escolher escolher a fonte e o tamanho da letra, colocar diversos marcadores (sem ter de andar com post-its), fazer anotações (sem ficar com o livro todo rabiscado), pesquisar por palavras ou frases e aceder de imediato ao dicionário para consultar qualquer palavra que nos esteja a escapar (sei de meia dúzia de autores em que esta funcionalidade pode ser de extrema utilidade :)

Dito isto o post já vai longo e ainda não falei do livro, o que é imperdoável :)

Não conhecia a escrita de Carla M. Soares, escolhi este livro de entre os primeiros lançamentos da Coolbooks apenas porque foi a sinopse que mais me agradou. Assim parti para sua leitura sem opinião pré-formada e sem expectativas de maior. São estas as melhores leituras quando não esperamos nada e nos surpreendem pela positiva como foi o caso.

O livro conta-nos a história de 3 gerações de personagens, situadas em dois pontos fulcrais da História de Portugal  (a 2ª Guerra Mundial e o pré 25 de Abril de 1974) e no presente. Através de inúmeros flashbacks na história da personagem inicial ficamos a conhecer a história dos seus pais e avós, os seus amores, desencontros e frustrações, todas elas histórias bastante comuns, mas nem por isso menos interessantes e até envoltas em algum mistério. E através destas 3 gerações conhecemos a História e o ambiente que se vivia naqueles períodos neste nosso pequeno país.

A escrita da autora é cuidada mas acessível, e sendo grande parte do livro composta por uma história de amor consegue não ser "lamechas" o que para mim é muito importante.

Penso que talvez devido a não termos tido uma participação ativa na 2ª Guerra, não li muitos livros passados em Portugal nessa época pelo que este foi para mim uma perspectiva muito interessante. A autora é brilhante na forma como nos situa nesses períodos históricos sem parecer que estamos a ler um compêndio de História e na forma como nos vai revelando o desenrolar do passado de Francisco aos poucos mantendo sempre o suspense.

São no entanto, na minha opinião, as personagens a grande mais valia deste livro. Muito bem construídas, desenvolvidas, credíveis, quase palpáveis.... nestes dias que levei a ler o livro, o Francisco, a Carmo, o João e até mesmo o misterioso Dekel fizeram parte do meu grupo de "íntimos" de tão bem que os fiquei a conhecer.

Como pequeno senão tenho apenas a apontar algumas gralhas que escaparam à revisão e o uso abusivo de itálicos e negritos que nalgumas situações me pareceram despropositadas. Não são no entanto suficientemente graves para baixar a classificação de um livro que incluo já nas melhores leituras de 2014 e recomendo sem hesitações.


sábado, 12 de abril de 2014

Opinião – A Vida é um Presente de María de Villota

María de Villota
Titulo: A Vida é um Presente
Autor:  María de Villota

Titulo Original: La vida es un regalo
Ano de Publicação Original: 2013

Editora: Bizâncio
Ano: 2014
Tradução: Fernanda Barão
Páginas: 175
ISBN: 9789725305393

Para mais informações sobre o livro A Vida é um Presente, clique aqui

Sinopse: María de Villota, ex-piloto de Fórmula 1, relata neste livro a volta que deu a sua vida depois do acidente que sofreu em Inglaterra, a 3 de Julho de 2012, numa sessão de treinos. Nesse trágico dia quase perderia a vida, ficando com graves sequelas. Em lugar de se entregar ao desânimo, a sua tenacidade e coragem foram mais poderosas. A Vida É Um Presente é um testemunho comovente, apaixonante e inspirador de uma mulher decidida a pilotar com mão firme o rumo da sua vida. Apesar desta recuperação espantosa, María de Villota morreria trágica e inesperadamente a 11 de Outubro de 2013, 15 meses depois do seu acidente, na sequência dos muitos traumas sofridos na altura; a dias do lançamento em Espanha desta sua obra. O seu testemunho de coragem e determinação permanece como uma inspiração invulgar para todos os que se deparam com momentos mais duros nas suas vidas.

Opinião: Este livro foi um simpática e muito bem vinda oferta da editora Bizâncio, o mês passado quando fizemos um passatempo com o mesmo. Na altura não sabia muito bem o que esperar dele, pois embora não leia muitas eu até gosto de biografias mas por norma escolho as de personalidades que admiro e que quero ficar a conhecer melhor. Neste caso não é que não admirasse María de Villota, pura e simplesmente nem sabia da sua existência. Reconheço que os desportos motorizados não são um tema que me interesse, mas penso que neste caso as noticias também não terão sido devidamente divulgadas em Portugal, caso contrário sendo um acontecimento relativamente recente julgo que me lembraria...

Mesmo assim, ao ler o resumo da história de María de Villota na sinopse do livro, fiquei de imediato interessada em conhecê-la e assim que terminei os 2 "calhamaços" do GRRM, achei que era uma boa altura de pegar neste livro.

Há livros que gostamos por serem obras primas da literatura, por terem um enredo muito criativo e bem estruturado, porque o autor tem uma escrita sublime, etc... e outros que não tendo nada dos anteriores, passam-nos no entanto uma mensagem que queremos guardar connosco pelo máximo de tempo possível, que renovam as nossas esperanças, relativizam os nossos contratempos, e operam um mudança (por pequenina que seja) no nosso modo de encarar a vida. A Vida é um Presente está incluído nesta segunda categoria, o livro não é uma obra prima e María não era uma escritora, mas foi sem duvida uma das mulheres mais admiráveis que conheci através dos meus livros e o facto de ser real e não uma personagem só engrandece a história. Gosto de mulheres corajosas, pioneiras, determinadas, batalhadoras e María de Villota foi tudo isso um pouco mais. Nos últimos tempos tenho tido o privilégio de conhecer através de livros mulheres fantásticas, e mesmo com lutas tão diferentes foi inevitável recordar Malala ao ler este livro. São mulheres como elas que nos deixam  orgulhosas por o sermos, só lamento que o destino tenha sido mais trágico para María.

Recomendo esta leitura a todos, é um livro que se lê num ápice, pouco exigente em termos de leitura mas muito compensador em termos de mensagem.  Termino com com uma frase que María de Villota usa no livro em várias fases da sua vida: "Como não sabiam que era impossível, conseguiram."


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Opinião – Os Reinos do Caos - As Crónicas de Gelo e Fogo - Livro Dez de George R.R. Martin

Titulo: Os Reinos do Caos - As Crónicas de Gelo e Fogo - Livro Dez
Autor: George R.R. Martin

Titulo Original: A Dance with Dragons - A Song of Ice and Fire, Book 5
Ano de Publicação Original: 2011

Editora: Saída de Emergência
Ano: 2012 (1ª Edição)
Tradução: Jorge Candeias
Páginas: 604
ISBN: 9789896373979

Sinopse: O inverno aproxima-se de um mundo mergulhado no caos. No norte dos Sete Reinos está iminente uma batalha decisiva pelo que resta do antigo domínio dos Stark. Ainda mais a norte, Jon Snow luta por encontrar um equilíbrio entre as tradições da Patrulha da Noite e o que o seu instinto lhe diz ser o caminho correto a seguir. A sul, velhas alianças esperam o tempo certo para serem reveladas, enquanto os homens de ferro assolam os mares e as costas dos domínios Tyrell. Do outro lado do mar estreito, tudo converge para a Baía dos Escravos, onde Daenerys Targaryen tarda em ganhar a paz na inquieta cidade de Meereen. E os dragões? Qual será o seu papel no meio de tudo isto? Muitos estão certos de que a tão temida reconquista de Westeros está prestes a começar...

Opinião: Pronto...li o ultimo livro que foi escrito desta saga... e nada mais me resta senão esperar que George R.R. Martin não volte a levar 6 anos para lançar o próximo... começo mesmo a duvidar do que afirmei na minha opinião anterior... se calhar não foi assim tão boa ideia tê-los lido já. É que após o final deste 5º livro vai ser uma verdadeira tortura aguardar o novo...

Agora falando um pouco mais a sério, como já puderam depreender continuo viciadissima nesta magnifica saga, a adorar este escritor que tão bem soube prender-me a esta história com as suas inúmeras personagens e as suas reviravoltas imprevisíveis. Há muito tempo que não me entusiasmava tanto com uma saga de fantasia. Este 5º livro no seu todo é na minha opinião um pouco melhor que o 4º (embora continue a não estar ao nível do 3º ou mesmo dos anteriores) principalmente porque a divisão das personagens (que me aborreceu um pouquinho) termina a meio, ou seja no nosso livro nove. Neste livro dez voltamos a tê-las todas reunidas e a ação volta a decorrer em simultâneo. Para mim nunca deveria ter deixado de ser assim.

Mais uma vez o autor deixa os principais acontecimentos para o final, que não sendo tão "brutais" como no terceiro livro, são o bastante para nos deixar com a "respiração em suspenso" e a "rogar algumas pragas" por ainda não existir um 6º livro. Quem ainda não leu e está a pensar fazê-lo em breve, preparem-se para um final bastante aberto... penso mesmo que alguns ficarão de "coração nas mãos" :)

Posto isto é uma saga que continuo a recomendar vivamente a todos, mesmo aos que não gostam de fantasia (sei de casos que abriram exceção para George R.R. Martin) e a minha classificação é de


quarta-feira, 19 de março de 2014

Opinião – A Dança dos Dragões - As Crónicas de Gelo e Fogo - Livro Nove de George R.R. Martin

Titulo: A Dança dos Dragões - As Crónicas de Gelo e Fogo - Livro Nove
Autor: George R.R. Martin

Titulo Original: A Dance with Dragons - A Song of Ice and Fire, Book 5
Ano de Publicação Original: 2011

Editora: Saída de Emergência
Ano: 2011 (1ª Edição)
Tradução: Jorge Candeias
Páginas: 571
ISBN: 9789896371357

Sinopse: O Norte jaz devastado e num completo vazio de poder. A Patrulha da Noite, abalada pelas perdas sofridas para lá da Muralha e com uma grande falta de homens, está nas mãos de Jon Snow, que tenta afirmar-se no comando tomando decisões difíceis respeitantes ao autoritário Rei Stannis, aos selvagens e aos próprios homens que comanda.
Para lá da Muralha, a viagem de Bran prossegue. Mas outras viagens convergem para a Baía dos Escravos, onde as cidades dos esclavagistas sangram e Daenerys Targaryen descobre que é bastante mais fácil conquistar uma cidade do que substituir de um dia para o outro todo um sistema político e económico. Conseguirá ela enfrentar as intrigas e ódios que se avolumam enquanto os seus dragões crescem para se tornarem nas criaturas temíveis que um dia conquistarão os Sete Reinos?

Opinião: Como devem imaginar, apesar de estar tentar poupá-los para mais tarde, o facto de ainda ter dois livros desta saga por ler já me estava a causar "comichões" e não aguentei mais, teve de ser agora :) E ainda bem que não esperei mais tempo porque apesar do muito que gosto da saga é inevitável ir esquecendo os pormenores e neste caso isso irrita-me bastante. Por isso peguei no livro, pelo meio vi a 3ª temporada da série, e muitas vezes dei por mim a folhear os volumes anteriores para refrescar alguns detalhes. Já comecei a ler o décimo livro e nem quero imaginar como será se o autor nos fizer aguardar novamente 6 anos por um novo volume...

Quem leu a minha opinião sobre os 2 volumes anteriores sabe que não fiquei muito convencida com a ideia do autor em separar as personagens e contar a história em duas metades temporalmente paralelas. Senti a falta de algumas personagens de que gosto bastante e por isso gostei bastante de as rever neste livro. No entanto não pude deixar de sentir a falta da Arya que de todas personagens do 4º livro é a minha preferida. As boas noticias são que de acordo com o autor neste 5º livro a divisão de personagens só acontece na primeira metade do livro, ou seja no 10º volume que irei ler de seguida já devemos tê-los todos juntos novamente.

Mais uma vez esta primeira metade do livro não tem acontecimentos muitos marcantes, embora já os possamos prever. Ficamos a saber o destino das personagens em falta e o que andam a planear, temos algumas personagens novas e maior destaque para outras que pouco tinham aparecido. Continua a ser uma excelente saga, congratulo o autor pela imaginação, criatividade, escrita adequada, e por estar a conseguir não deixar muitas pontas soltas apesar da dificuldade que isso representa nesta saga. No entanto este é mais um volume um pouco morno, já sinto a falta de grande acontecimentos, de páginas de leitura vertiginosa, pelo que comparativamente aos volumes anteriores e para ser justa não posso atribuir-lhe mais que...


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Opinião – Noites Acabadas de Chegar de Paulo Afonso Ramos

Titulo: Noites Acabadas de Chegar
Autor:  Paulo Afonso Ramos

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: 2013

Editora: Lua de Marfim
Ano: 2013
Tradução: n/a
Páginas: 45
ISBN: 9789898524874

Excerto: “Todos os dias são felizes porque tiveram como mãe cada noite que abriu o horizonte de existir”.




Opinião: Após ter iniciado uma nova parceria com a editora Lua de Marfim, o seu editor e fundador, o poeta Paulo Afonso Ramos, fez a gentiliza de me presentear com um dos seus livros, Noites Acabadas de Chegar.

Com este gesto que muito agradeço, o autor sem se aperceber conseguiu colocar-me numa situação que tenho tentado evitar desde que criei o blogue, a de opinar sobre poesia. Isto porque, como mencionei ao criar o espaço Cantinho do Poeta, gosto de poesia mas estou longe de ser uma entendida, pelo que não me considero minimamente capacitada para redigir uma opinião sobre um livro de poesia. Para ser mais honesta, tenho alguns livros de poesia, mas que me lembre este foi o primeiro que li do principio ao fim, sem interrupções. Normalmente costumo ler 2 ou 3 poemas num dia, voltar a pegar no livro  noutro dia e ler mais 2 ou 3, até terminar.

Apesar de tudo isto gostei bastante deste pequeno livro pelo que vou deixar-vos uma também pequena, opinião, com base naquilo que ele me transmitiu e não como uma perita em poesia que não sou.

Esta é uma forma de poesia a que estou pouco habituada, a poesia em prosa, mas que de certa forma facilitou a leitura e o assimilar da mensagem. Foram 45 páginas de muita sensibilidade, que nos falam de saudade, solidão, amor, incertezas e esperanças. Gostei da escrita intimista e positiva e de ficar a conhecer um novo autor português. Recomendo.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Opinião – Eu, Malala de Malala Yousafzai e Christina Lamb

Malala Yousafzai e Christina Lamb
Titulo: Eu, Malala
Autor:  Malala Yousafzai e Christina Lamb

Titulo Original: I Am Malala
Ano de Publicação Original: 2013

Editora: Editorial Presença
Ano: 2013
Tradução: Maria de Almeida; António Carlos Andrade; Cristina Carvalho
Páginas: 351
ISBN: 9789722351737

Para mais informações sobre o livro Eu, Malala, clique aqui

Sinopse: No dia 9 de outubro de 2012, Malala Yousafzai, então com 15 anos, regressava a casa vinda da escola quando a carrinha onde viajava foi mandada parar e um homem armado disparou três vezes sobre a jovem. Nos últimos anos Malala - uma voz cada vez mais conhecida em todo o Paquistão por lutar pelo direito à educação de todas as crianças, especialmente das raparigas - tornou-se um alvo para os terroristas islâmicos. Esta é a história, contada na primeira pessoa, da menina que se recusou a baixar os braços e a deixar que os talibãs lhe ditassem a vida. É também a história do pai que nunca desistiu de a encorajar a seguir os seus sonhos numa sociedade que dá primazia aos homens, e de uma região dilacerada por décadas de conflitos políticos, religiosos e tribais. Um livro que nos leva numa viagem extraordinária e que nos inspira a acreditar no poder das palavras para mudar o mundo.

Opinião: Biografias não são um género de livro que leia muito frequentemente, acho mesmo que nunca tinha lido uma biografia de alguém tão jovem. Mas esta é uma menina cuja, ainda curta, vida está mais repleta de acontecimentos marcantes e trágicos que muitos idosos, pelo que na minha opinião é perfeitamente justificável escrever uma  biografia aos 16 anos.

Como a maioria de vós, antes de pegar neste livro já sabia um pouco da história de Malala, mas este livro fala-nos da sua infância, da sua determinação e coragem, da vontade de aprender, da sua família e de todo o ambiente que a rodeia no Paquistão e no final em Inglaterra. Tinha lido recentemente um livro que falava da vida dos emigrantes paquistaneses em Inglaterra, pelo que gostei de ler este outro ponto de vista do país. Aqui vemos o Paquistão pelos olhos de alguém que nele habitou quase toda a sua vida, que teve de lutar diariamente pelos direitos mais básicos de qualquer criança, que se viu forçada da pior forma possível a abandoná-lo, mas ainda assim anseia pelo regresso com uma saudade imensa de um lugar que aos seus olhos é incomparavelmente belo.

Fiquei com uma enorme admiração por esta menina, comoveu-me a forma simples como vê o mundo, a sua vontade de aprender. Quando pensamos na rotina diária das nossas crianças, na forma como muitas delas encaram a educação e a comparamos com a realidade de alguém como Malala, há um fosso gigantesco a separá-las. É para nós impensável que uma criança tenha de batalhar pelo direito à educação, pondo inclusive a sua vida em risco, mas infelizmente esta realidade existe.

Como obra literária este livro não é uma obra prima, mas penso que também não seria essa a intenção. A narração dos acontecimentos nem sempre é fluída, por vezes o ritmo é quebrado com o "despejar" de demasiada informação sobre a História do Paquistão. Mas apesar disso, é um bom livro pela história que nos conta, vale a pena ficar a conhecer um ser humano tão inspirador como Malala. Recomendo como tal esta leitura a todos que queiram conhecer melhor esta menina guerreira, e especialmente se forem estudantes, acho que vos fará encarar o ensino de uma outra perspectiva.

Deixo-vos um pequeno excerto, um poema adaptado por Martin Niemöller, um pastor luterano alemão que viveu durante o regime Nazista. No livro Malala diz-nos que o pai o costumava transportar no bolso.

"Primeiro vieram buscar os comunistas,
e eu não me insurgi porque não era comunista.
Depois vieram buscar os socialistas,
e eu não me insurgi porque não era socialista.
Depois vieram buscar os sindicalistas,
e eu não me insurgi porque não era sindicalista.
Depois vieram buscar os judeus,
e eu não me insurgi porque não era judeu.
Depois vieram buscar os católicos,
e eu não me insurgi porque não era católico.
Depois vieram buscar-me a mim,
e não restava ninguém para se insurgir por mim."

(pág.155)


domingo, 19 de janeiro de 2014

Opinião – Ararat de Alexandre Saro

Alexandre Saro

Titulo: Ararat
Autor: Alexandre Saro

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: 2013

Editora: Chiado Editora
Ano: 2013
Tradução: n/a
Páginas: 280
ISBN: 9789895103898

Sinopse: Segundo a tradição judaico-cristã, após meses de diluvio universal, a Arca de Noé terá tocado terra firme num monte chamado de Ararat. Foi nesse local que os filhos de Noé recomeçaram a titanesca tarefa de recolonização do planeta. Milénios depois, algures no Minho profundo, reconstruir essa arca torna-se no desígnio de uma Instituição pública da região.
"Ararat" conta essa história. As vidas, os propósitos, medos, ilusões, mesquinhez e a forte presença da religião.
Um emigrante ilegal vem para Portugal em busca de um sonho. Um político local tenta reformar-se com dinheiro e glória. Um jovem ambicioso engenheiro reencontra uma paixão antiga jamais consumada, enquanto um advogado descobre ter casado por amor. Percursos de vida entranhados de ambição e frustração.
Em síntese, "Ararat" é a história colateral à edificação de uma obra pública. A história marginal aos grandes desígnios. Ou, talvez quem sabe, a história principal.
É uma narrativa negra ilustrativa das debilidades contemporâneas dos descendentes de Noé.

Opinião: Como já anteriormente mencionei este livro chegou-me às mãos através do próprio autor que o quis submeter à minha opinião. Por isso comecei a lê-lo sem qualquer tipo de expectativas, uma vez que não conhecia a escrita do autor, nem tinha ainda lido ou ouvido qualquer opinião acerca do livro. E fiquei agradavelmente surpreendida, por uma escrita de fácil leitura mas cuidada, por um enredo que sem ser muito intrincado está bem pensado, e sobretudo pelo sarcasmo e capacidade critica do autor.

Neste livro Alexandre Saro pega no que a sociedade portuguesa tem de pior e faz uma "caricatura" muito bem conseguida da mesma, plena de sarcasmo e ironia. É uma critica de costumes, um retrato negro dos nossos políticos, das nossas falsas moralidades, das grandes negociatas, de projetos megalómanos e inúteis. Enfim de tudo aquilo que levou o país ao seu estado atual.

Quantos às personagens ainda que algumas estejam exageradamente caracterizadas (ao estilo de uma caricatura) não há como não reconhecer nalgumas delas, um vizinho, um colega, uma figura publica... Na sua maioria são completamente odiosas, repugnantes mesmo, como penso que fosse a intenção do autor.Mas também existem algumas personagens bastante memoráveis e empáticas com é o caso do Padre Luís que adorei e até mesmo Szaza um georgiano que se vai intrometendo na história de uma forma bastante original. Também gostei bastante da "explosão" de Teresa perante a vida que leva. A única personagem que achei um pouco aquém foi Miguel que para protagonista é um pouco morno, mas a verdade é que a vida está cheia de Migueis.

Em resumo, ainda não é uma obra prima mas para primeiro romance está bem conseguido. Acho que Alexandre Saro promete futuros bons livros e recomendo que leiam este para começar.


terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Balanço de 2013

Mais um ano a terminar e chegou a altura de fazer um pequeno balanço das minhas leituras. Este ano li um pouco mais que no ano anterior, mas comparado com o que vejo por aí continuo a ler muito pouco. Em compensação, comprei, troquei e ofereceram-me livros que chegam para uns bons anos de leitura. A minha pilha de livros por ler não pára de aumentar, e o espaço para novos livros cá por casa está a ficar reduzido, por isso não estranhem se os posts de aquisições forem mais reduzidos em 2014 :)

Mas mesmo não tendo lido umas centenas de livros, não quero deixar de destacar os melhores, por isso aqui ficam eles:





1Q84
Haruki Murakami

Os 3 primeiros livros que li em 2013, e adorei. Literariamente não podia ter começado melhor o ano. Murakami continua entre os meus autores favoritos e já sinto falta de voltar a pegar num dos seus livros.




As Crónicas de Gelo e Fogo
George R.R. Martin

O meu mais recente vicio literário :) Mesmo tendo gostado mais de alguns volumes do que de outros, a saga em si é magnifica e estou absolutamente rendida. Não vou aguentar muito mais até ler os 2 últimos, depois é esperar...

E para terminar 2 autores que não conhecia mas que agora quero muito voltar a ler:


Pequena Abelha
Chris Cleave

Muito bom, uma história magnifica e uma das personagens mais memoráveis que tenho encontrado.



Cada Dia é um Milagre
Yasmina Khadra

Espetacular! É difícil escolher o melhor entre estes livros por serem tão diferentes, mas este foi definitivamente o que me tocou mais fundo, o que mais me fez pensar...



Deixo ainda algumas menções honrosas para alguns livros muito bons e que estiveram quase, quase a entrar para o meu top anual:

Os Versículos Satânicos
Salman Rushdie









Memorial do Convento
José Saramago









Crónica de uma Morte Anunciada
Gabriel García Márquez









Mapas para Amantes Perdidos
Nadeem Aslam









E as Montanhas Ecoaram
Khaled Hosseini


domingo, 29 de dezembro de 2013

Opinião – Mapas para Amantes Perdidos de Nadeem Aslam

Nadeem Aslam

Titulo: Mapas para Amantes Perdidos
Autor: Nadeem Aslam

Titulo Original: Maps for Lost Lovers
Ano de Publicação Original: 2004

Editora: Edições Gailivro
Ano: 2006
Tradução: Vera Falcão Martins
Páginas: 553
ISBN: 9789895572359

Sinopse: Numa cidade sem nome, Jugnu e a sua amante, Chanda, desapareceram. Os boatos abundam na coesa comunidade paquistanesa até que, numa manhã de Janeiro em que a neve formava um imenso manto branco, os irmãos de Chanda são detidos por suspeita de homicídio. Mapas para Amantes Perdidos narra os acontecimentos que se desenrolaram nos doze meses seguintes. Aquilo que se segue é um esclarecimento de tudo aquilo que é sagrado para o irmão e a cunhada de Jugnu, Shamas e Kaubab. À medida que as estações se sucedem, Kaubab tenta desesperadamente manter a sua piedade islâmica enquanto se debate por conseguir superar o duplo homicídio e o efeito corrosivo que este exerceu no seio da sua família. Mapas para amantes Perdidos descerra o coração de uma família na encruzilhada entre a cultura, a comunidade, a nacionalidade e a religião, expressando a sua dor, as suas ânsias e os seus desejos numa linguagem que é cativantemente poética, uma linguagem que vivifica igualmente, de forma bela e fulgurante, a paisagem, a luz, os insectos, os pássaros.

Opinião: Não me lembro de alguma vez ter demorado esta eternidade para ler um livro com pouco mais de 500 páginas. Se por um lado a minha falta de tempo livre nos últimos meses, aliada a um novo hobbie que me tem ocupado demasiado tempo, são dois dos motivos, por si só não o justificam. A causa principal foi ter sentido uma incrível incapacidade de ler muitas páginas seguidas deste livro, incapacidade essa que não me recordo de ter experimentado antes, pelo menos não num livro de que gostei, como foi o caso deste. Se bem que se o autor levou onze anos a escrevê-lo, talvez se justifique que eu tenha demorado dois meses para o ler :)

Gostava de vos conseguir explicar melhor esta minha incapacidade, mas é complicado, pois não tenho a certeza de eu própria a ter compreendido bem. É um livro carregado de sensações de tristeza e desalento que emanam das suas páginas ao ponto de me impedirem de conseguir assimilá-las em grandes doses. Tive de o fazer lentamente.

Este foi sem dúvida um dos livros mais tristes que li até hoje. E por triste não entendam piegas ou lamechas, porque pelo contrário é um livro sem excessos de sentimentalismo, mas que fala de gente sem esperança, desenraizada, de sonhos não concretizados, de solidão, de famílias disfuncionais.

Tudo gira em torno da história de amor de Chanda e Jugnu e do seu desaparecimento, no entanto estes personagens são apenas o pano de fundo, um elo comum, que nos permite conhecer o ponto de vista das várias personagens que faziam parte das suas vidas. A empatia com estes personagens no meu caso foi completa, embora tenha detestado alguns, consegui sempre compreendê-los, sentir a sua motivação, os seus anseios e receios. Senti profundamente as suas frustrações e desilusões, ao ponto de quase nem me atrever a esperar que algo lhes corresse bem.

É também um livro repleto de colisões, como um enorme carrossel em que todos os personagens se chocam. Um choque de culturas entre os emigrantes paquistaneses e os seus anfitriões culturalmente tão distantes, neste caso os ingleses mas poderiam ser os franceses, os portugueses, enfim qualquer povo europeu. Um choque religioso entre emigrantes paquistaneses e indianos. Dentro do grupo original de emigrantes há choques de mentalidade, entre os que se esforçam para rigidamente manter as tradições do seu país/religião, e os que pelo contrário de esforçam por se adaptar ao novo país que habitam. E por ultimo existe ainda o choque de gerações entre os emigrantes originários do Paquistão e os seus filhos na maioria já nascidos no país anfitrião.

A escrita do autor é cuidada e por vezes algo poética, e embora uma ou outra vez se perca em devaneios sobre a paisagem, as estações, os insetos ou os pássaros, não o faz ao ponto de tornar a leitura demasiado aborrecida. Pelo contrário dá-nos uma excelente perspectiva do povo paquistanês, da sua cultura, hábitos, religião e até gastronomia, e de uma forma bastante imparcial. Para quem, como eu,  pouco sabia sobre o Paquistão foi uma óptima aprendizagem. Nota-se também que este foi um romance ponderado ao pormenor, bem estruturado ou não tivesse ele levado tantos anos a ser escrito.

Em suma é um livro belo mas triste de que gostei bastante e cuja leitura recomendo sem hesitações, apenas não o façam se estiverem numa fase depressiva das vossas vidas.

Termino com alguns excertos:

"Ela voltou para casa, chocada com a veemência daquele discurso. Ao longo do caminho que percorrera até à loja, pensara que a família teria perdoado o casal, que os pais se teriam lembrado de que todas as pessoas amavam alguém antes do casamento, sendo o amor um fenómeno tão remoto e sagrado como Adão e Eva. As mulheres gracejavam entre si:
 - Por que achas que uma noiva chora no dia do seu casamento? Pelo amor ao qual esse mesmo casamento põe termo para toda a eternidade. Os homens podem pensar que uma mulher não tem passado – “nasceste e, em seguida, eu casei contigo” -, mas os homens são tolos." (pág. 107)

" Será que ela pensa que as pessoas a julgariam? O mundo não passa constantemente sal pelas nossas feridas: pelo contrário revestiu-nos de sal de antemão para que, sempre que nos ferimos seja duplamente doloroso. "  (pág. 424)



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Opinião – O Mar de Ferro - As Crónicas de Gelo e Fogo - Livro Oito de George R.R. Martin

George R.R. Martin
Titulo: O Mar de Ferro - As Crónicas de Gelo e Fogo - Livro Oito
Autor: George R.R. Martin

Titulo Original: A Feast for Crows - A Song of Ice and Fire, Book 4
Ano de Publicação Original: 2005

Editora: Saída de Emergência
Ano: 2011 (3ª Edição)
Tradução: Jorge Candeias
Páginas: 376
ISBN: 9789896371357

Sinopse: Quando Euron Greyjoy consegue ser escolhido como rei das Ilhas de Ferro não são só as ilhas que tremem. O Olho de Corvo tem o objectivo declarado de conquistar Westeros. E o seu povo parece acreditar nele. Mas será ele capaz?

Em Porto Real, Cersei enreda-se cada vez mais nas teias da corte. Desprovida do apoio da família, e rodeada por um conselho que ela própria considera incapaz, é ainda confrontada com a presença ameaçadora de uma nova corrente militante da Fé. Como se desenvencilhará de um tal enredo?

A guerra está prestes a terminar mas as terras fluviais continuam assoladas por bandos de salteadores. Apesar da morte do Jovem Lobo, Correrrio ainda resiste ao poderio dos Lannister, e Jaime parte para conquistar o baluarte dos Tully. O mesmo Jaime que jurara solenemente a Catelyn Stark não voltar a pegar em armas contra os Tully ou os Stark. Mas todos sabem que o Regicida é um homem sem honra. Ou não será bem assim?

Opinião: Mais um livro desta magnifica saga lido e aproximo-me perigosamente dos últimos livros publicados. Sinceramente ler os próximos dois e ficar sem saber como tudo isto acaba vai ser uma verdadeira tortura, como tal decidi que vou fazer mais um intervalo nesta saga. Pelo que me conheço não devo aguentar ler mais do que um livro, por isso vou escolher um com muitas páginas :)

Quem leu a minha opinião sobre o O Festim dos Corvos, sabe que fiquei um bocadinho decepcionada, que senti a falta de algumas das minhas personagens preferidas e de mais acontecimentos. Pois bem, este O Mar de Ferro, embora não seja comparável aos primeiros volumes da saga, consegue compor a história e voltar a despertar o interesse pelo decorrer da narrativa, que no meu caso tinha ficado um pouco abalado na primeira parte. Já sei que estes 2 volumes contam a história de metade das personagens após os acontecimentos de A Glória dos Traidores, e os próximos dois contarão uma história temporalmente paralela para as restantes personagens. E embora apenas uma das minhas personagens preferidas esteja presente neste livro, e na minha opinião muito sub-valorizada, o destino das restantes conseguiu voltar a espicaçar a minha curiosidade, até porque grande parte delas fica em aberto.

Resumindo George R.R. Martin mais uma vez deixou o melhor para o final do livro, e embora sem o brilhantismo dos primeiros livros, este segundo volume consegue voltar a surpreender e a deixar-nos ansiosos por mais.


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Opinião – O Festim dos Corvos - As Crónicas de Gelo e Fogo - Livro Sete de George R.R. Martin

George R.R. Martin

Titulo: O Festim dos Corvos - As Crónicas de Gelo e Fogo - Livro Sete
Autor: George R.R. Martin

Titulo Original: A Feast for Crows - A Song of Ice and Fire, Book 4
Ano de Publicação Original: 2005

Editora: Saída de Emergência
Ano: 2009 (1ª Edição)
Tradução: Jorge Candeias
Páginas: 443
ISBN: 9789896370978

Sinopse: Continuando a saga mais ambiciosa e imaginativa desde O Senhor dos Anéis, As Crónicas de Gelo e Fogo prosseguem após o violento triunfo dos traidores.
Enquanto os senhores do Norte lutam incessantemente uns contra os outros e os Homens de Ferro estão prestes a emergir como uma força implacável, a rainha regente Cersei tenta manter intacta a força dos leões em Porto Real.
Os jovens lobos, sedentos por vingança, estão dispersos pela terra, cada um envolvido no perigoso jogo dos tronos. Arya abandonou Westeros rumo a Bravos, Bran desapareceu na vastidão enigmática para além da Muralha, Sansa está nas mãos do ambicioso e maquiavélico Mindinho, Jon Snow foi proclamado comandante da Muralha mas tem que enfrentar a vontade férrea do rei Stannis e, no meio de toda a intriga, começam a surgir histórias do outro lado do mar sobre dragões vivos e fogo…
Numa terra onde muitos se proclamaram como reis e rainhas, todos estão convidados para O Festim dos Corvos. Venha descobrir quem serão os sobreviventes!

Opinião: Já há uns dias que terminei de ler mais este volume da saga As Crónicas de Gelo e Fogo, no entanto hesitei um pouco para vos deixar a minha opinião.

Já parti para a leitura deste novo volume com a noção que muito dificilmente igualaria os 2 volumes que compõem o terceiro livro, no entanto não estava à espera que a narrativa parasse tanto. Foi de longe o livro desta saga que mais tempo demorei a ler, e se isso em parte se deveu a me encontrar numa fase de cansaço e preguiça mental, não foi essa a única razão. A verdade é que depois um livro em que tudo acontece, passamos para outro em que aparentemente nada acontece e as personagens que já se encontravam bastante reduzidas pela grande carnificina do terceiro livro, ficam ainda mais reduzidas neste volume pois cerca de metade dos sobreviventes são simplesmente ignorados. Assistimos de camarote ao regozijo de meia dúzia de personagens que julgam ter a vitória garantida, à disputa de outros tantos por um pequeno pedaço de Westeros, uma ou outra personagem que ainda procura alguma justiça mas sem grande ânimo, e até as novas personagens introduzidas pouco interesse despertam por agora. E o que mais me desapontou foi o facto de algumas das minhas personagens preferidas terem perdido relevância ou nalguns casos desaparecido por completo. Na maioria das minhas noites de leitura fechei o livro porque o sono o exigiu e não por já ser demasiado tarde, o que no meu caso não é bom sinal.

Esta opinião está um pouco "azeda" e temo estar a passar-vos a ideia errada. Este não é um mau livro, a escrita de George R.R. Martin continua excelente e adequada a um livro de fantasia, a ideia geral da história continua presente e no geral o livro é interessante, apenas muito mais lento e menos empolgante. Mas tenho esperança que à semelhança do que aconteceu nos primeiros livros George R.R. Martin tenha guardado o melhor para a segunda metade pelo que parto para a leitura de O Mar de Ferro com alguma expectativa.

Como não quero de todo ser demasiado crítica com um dos volumes de uma saga que estou a adorar, a minha classificação para este livro vai ter em conta todo o contexto da história em que está inserido, e é:




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