sábado, 6 de setembro de 2014

Opinião – Eles de Joyce Carol Oates

Titulo: Eles
Autor:  Joyce Carol Oates

Titulo Original: Them
Ano de Publicação Original: 1969

Editora: Civilização Editora
Ano: 1974
Tradução: Daniel Augusto Gonçalves
Páginas: 564
ISBN: --

Sinopse: Loretta Wendall, sua filha Maureen e seu filho Jules são «eles» - três personagens unidas por ódio corrosivo e amor mudo. «Eles» são também as forças que os privam violentamente da felicidade - ignorância, intolerância, o isolamento resultante de ser uma parte e, no entanto, viver à parte; as diferenças entre rico e pobre, entre branco e negro, entre o amante e o ente amado. Através de uma complexa extensão de espaço e tempo - Detroit e os seus arredores entre 1937 e 1967- os três Wendalls vivem o seu dia-a-dia no meio de ominosa história, tentando por quase todos os meios enfrentar os «eles» que não podem compreender, cada qual procurando desesperadamente acalmar uma inquietação com uma liberdade de abandono, para encontrar a sua própria identidade, definir o seu eu único, invulnerável. Desde a Depressão dos anos trinta à violência dos anos sessenta, J.C. Oates penetra no ponto de vista de cada personagem a fim de pôr em evidência o impacte de acontecimentos nela, a subtil afinidade de uma com outra, as emoções e sentimentos íntimos que incitam cada uma delas ao seu próprio sonho e acção. ELES é um romance extraordinário, um trabalho que veio mais uma vez revelar, a notável e compassiva penetração de espírito da autora, a sua perícia de narradora fiel e a sua elevada capacidade artística.

Opinião: Este livro andou duplamente enguiçado:) Primeiro bati o record pela negativa no tempo que levei para o ler e agora que finalmente terminei a leitura, não estava a conseguir arranjar tempo para escrever sobre ele.

Antes de ir de férias passei por um período de completa exaustão, em que na maior parte dos dias nem ler me apetecia, o que aliado à minha costumeira falta de tempo resultou no tempo absurdo que levei para ler este livro. Acreditem que a culpa nem foi do livro, que mesmo não me tendo deslumbrado, não é de todo um mau livro. Aliás, tendo em conta o meu estado de espírito nem sei se esta irá ser uma crítica muito justa, mas é a possível.

Há imenso tempo que pretendia ler Joyce Carol Oates, uma autora que ainda não conhecia mas tinha boas expectativas. Tendo cá por casa dois dos seus livros, acabei por pegar neste meramente por uma questão cronológica, pois é um dos primeiros livros desta autora. A sinopse também me agradou, costumo gostar de livros que acompanham a história dos personagens por um período alargado.

As primeiras páginas, mesmo tendo sido lidas a passo de caracol, agradaram-me bastante. Gostei da escrita da autora, simples e quase cinematográfica. A adolescência de Loretta é-nos apresentada a bom ritmo e com excelentes descrições que nos transportam facilmente para dentro da ação.

Nos capítulos seguintes, o ritmo perde-se um pouco, mas continuei a gostar da história de Loretta jovem adulta, e da infância dos seus filhos. Uma nota muito positiva para a forma brilhante como autora muda de narrador, sem nos baralhar, dando uma perspectiva muito completa da história.

Foi quando a narrativa chegou à adolescência dos filhos de Loretta que a minha capacidade de leitura desmoronou de vez e na minha opinião o livro se perdeu. Tendo ainda um ou outro capítulo interessante, os restantes mudam de tom, tornam-se lentos e cansativos, a história perde ritmo e as personagens perdem interesse. Confesso que a paixão de Jules por Nadine, apenas conseguiu dar-me sono e uma enorme vontade de ler na diagonal. O seu reencontro já na idade adulta deixou-me mesmo entorpecida, houve alturas que fiquei na dúvida se se tratava de uma cena de amor/sexo ou de uma alucinação psicótica. Também Maureen é uma personagem que se perde com passar dos anos, mas neste caso a mudança tem alguma razão de ser como perceberão se lerem o livro.

O livro volta a melhorar bastante nos capítulos finais que voltam a ganhar ritmo e interesse. Adorei cena final entre Jules e Maureen.

Sendo assim este é um livro bastante irregular, cheio de altos e baixos e que me deixou bastantes dúvidas sobre esta autora, a que pretendo dar uma nova oportunidade mais tarde. Recomendo com reservas e não posso atribuir mais do que...



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