quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Conexão - Cada Dia É um Milagre - Don't Let Me Be Misunderstood por Nina Simone

Este é mais um livro sem adaptação cinematográfica pelo que opto por conectá-lo a uma música que o protagonista ouve num momento muito importante da narrativa: Don't Let Me Be Misunderstood por Nina Simone. Deixo-vos um video com a letra da musica que penso ser bastante adequada.


E para terminar transcrevo um poema do próprio Yasmina Khadra dedicado a África, que faz parte do livro como sendo da autoria de um dos personagens:

África,
Caveira,
Mergulhados nas águas turvas
Dos teus mares sem horizontes,
Que fizeram da tua memória
Esses bastardos insolados?
No teu litoral esfolado,
Os teus romances apodrecem
Como destroços,
E no teu céu sem deuses,
Os teus votos mais piedosos
Perseguem os seus ecos.
África, minha África,
Que aconteceu aos teus tantãs
No silêncio das valas comuns?
Que aconteceu aos teus griôs
Na blasfémia das armas?
Que aconteceu às tuas tribos
Na impostura das nações?
Interroguei os teus rios
E as tuas aldeias perdidas,
Procurei os teus troféus
No transe das tuas mulheres,
E em parte alguma reencontrei
As tuas lendas de outrora.
Os teus reis estão destronados
Como as tuas estatuetas de madeira,
Extinguiu-se a voz
Do teu folclore antigo,
As tuas histórias contam-se
No elogio dos tiranos,
O teu destino renega-te
Como uma mãe repudiada,
E nenhuma das minhas preces
Se reconhece em ti.
África, minha África,
Puseste-me a morte numa mão
E a injustiça noutra,
E confiscaste-me patronos,
Santos, profetas e apóstolos,
Deixando-me apenas os olhos
Para chorar a afronta
Que te infligem os teus abortos
Cada dia que Deus dá.
Que vai ser de mim
À sombra dos teus corvos?
Que posso esperar,
Eu que já não sei sonhar?
Senão acabar
Aí onde tudo começou,
Entre uma lápide tumular
E um juramento anulado.
(pág. 177 a 179)

Bibliotecas do Mundo - Biblioteca da Abadia de Melk- Stift Melk Bibliothek


Local: Melk, Áustria
Fundada em: 1731

Tipo: Biblioteca Museu
Nº aproximado de itens: 100,000 (livros, manuscritos, incunábulos)

Nota: aberta ao público apenas em visitas guiada.

Mais informações em http://www.stiftmelk.at


















quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Opinião – Cada Dia É um Milagre

Yasmina Khadra

Titulo: Cada Dia é um Milagre
Autor: Yasmina Khadra

Titulo Original: L'Équation africaine
Ano de Publicação Original: 2011

Editora: Bizâncio
Ano: 2012
Tradução: Maria Carvalho
Páginas: 299
ISBN: 9789725305065

Sinopse: Na sequência de um terrível drama familiar, e a fim de superar a sua mágoa, o doutor Kurt Krausmann aceita acompanhar um amigo às Comores. O seu veleiro é atacado por piratas ao largo do litoral somali, e a viagem «terapêutica» do médico transforma-se num pesadelo. Feito refém, espancado, humilhado, Kurt vai descobrir uma África de violência e de miséria insuportáveis onde «os deuses já não têm pele nos dedos de tanto lavarem as mãos». Com o seu amigo Hans e um companheiro de infortúnio francês, descobrirá Kurt a força necessária para superar esta provação? Oferecendo-nos esta viagem surpreendente de realismo que nos transporta, da Somália ao Sudão, para uma África Oriental alternadamente selvagem, irracional, circunspecta, orgulhosa, digna e infinitamente corajosa, Yasmina Khadra confirma mais uma vez o seu imenso talento de narrador. Construído e conduzido com mão de mestre, este romance descreve a lenta e irreversível transformação de um europeu, cujos olhos se vão abrir, pouco a pouco, para a realidade de um mundo até então desconhecido para ele. Um hino à grandeza de um continente entregue aos predadores e aos tiranos genocidas.

Opinião: Gostei tanto deste livro e retirei tanta coisa dele que gostava de vos transmitir que nem sei bem por onde começar esta opinião e temo não o conseguir fazer como pretendia. Mas começo por dizer que apesar de ainda não conhecer este autor argelino quando peguei no livro, já tinha ouvido tantas opiniões excelentes a seu respeito, que as minhas expectativas eram bem altas. Quando isto acontece temo sempre desapontar-me, mas neste caso todas a minhas expectativas foram largamente superadas.

O livro está divido em 3 capítulos, e logo no primeiro o autor relata-nos as circunstâncias da morte da mulher do protagonista, o quanto este sente a sua falta, o lugar que ela ocupava na sua vida. À semelhança do livro que li anteriormente também este tem uma perspectiva magnífica da morte e da dor que a acompanha. Assistimos ao sofrimento do protagonista de uma forma tão verídica que o sentimos quase nosso. O segundo capítulo conta-nos os acontecimentos em África, que são brutais, cruéis, revoltantes. Ao mesmo tempo que nos dá uma visão bastante imparcial de uma parte de África pouco conhecida da maioria de nós, o autor faz-nos reflectir sobre a natureza humana, o valor da vida, a importância que por vezes não damos aos pequenos detalhes e a tudo o que de mais precioso possuímos e tantas vezes só valorizamos quando perdemos. Mas é no terceiro e ultimo capítulo que tudo se encaixa, que a esperança renasce, que vemos o quão magnifica é esta história no seu todo.

Poderia aqui dizer que gostei deste livro porque a escrita do autor é sublime e poética, porque me ensinou imenso sobre uma parte de África que pouco conhecia, porque as personagens estão muito bem caracterizadas, desde a transformação de Kurt, ao peculiar Bruno, passando pelo enigmático Blackmoon, com o meu destaque para o contraditório Joma que foi o que mais me marcou.

Tudo o que citei acima seria o suficiente para ter gostado muito do livro, mas o que realmente me fez render foi a capacidade do autor, de me fazer repensar opções, relativizar contrariedades, rever prioridades. Poucos livros têm esta capacidade, de nos renovar a esperança, de nos fazer acreditar. Em resumo, um livro magnífico, comovente, que me tocou bem fundo, e sem dúvida um autor a reler. Recomendo sem qualquer hesitação.

Para terminar queria deixar-vos um excerto, mas foram tantas as passagens que me marcaram que o difícil foi escolher e opto por deixar dois:

«É verdade que somos pouca coisa. Mas, neste corpo perfeito que a idade desarticula ao sabor das estações e que o mais ínfimo micróbio prostra, existe um território mágico onde nos é possível ganhar novamente controlo sobre nós. É nesse lugar oculto que dormita a nossa verdadeira força, isto é, a nossa fé no que pensamos ser bom para nós. Se acreditarmos, ultrapassaremos qualquer desgraça. Porque nada, nenhum poder, nenhuma fatalidade nos impedirá de nos levantarmos e de nos realizarmos se acreditarmos plenamente naquilo que nos faz sonhar. É evidente que seremos chamados a enfrentar provações ferozes, combates titânicos, altamente dissuasores. Mas se não desistirmos, se continuarmos a acreditar, triunfaremos dos impasses. Porque só valemos o que merecemos, e a nossa salvação inspira-se nesta lógica elementar: ‘Quando duas forças contrárias se enfrentam, o fracasso sancionará a menos motivada.’ Por conseguinte, se quisermos vencer, façamos com que as nossas convicções sejam mais fortes que as nossas dúvidas, mais fortes que a adversidade.» (pág. 142)

"Vive cada manhã como se fosse a primeira
E deixa ao passado os remorsos e as más acções,
Vive cada noite como se fosse a última
Porque ninguém sabe de que será feito o amanhã"
(pág. 299)

E a minha classificação não podia deixar de ser



terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ideia - Book Ring

Deixo-vos mais uma preciosidade que descobri nas minhas andanças pela Internet... um anel com mini-livros, em que até se pode escrever... só temos ter atenção ao lavar as mãos :)






















A autora chama-se Ana Cardim e podem ver este e outros trabalhos aqui.

Resultado do Passatempo Bizâncio - Cada Dia é um Milagre de Yasmina Khadra


Mais um passatempo que chegou ao fim, desta vez o passatempo com a gentil parceria da editora Bizâncio, que tinha como prémio o livro Cada Dia é um Milagre de Yasmina Khadra.

As respostas corretas para este passatempo eram:


Kurt Krausmann
Da Somália ao Sudão
As Andorinhas de Cabul


Contámos com a participação de 210 leitores, a maior participação até agora. No entanto tivemos 2 resposta incorretas, 3 respostas com dados incompletos e 3 participações duplicadas que foram eliminadas pelo que restaram 202. Destas 202 participações válidas,  146 leitores disseram ser seguidores do blogue, no entanto 8 dos nicks não constavam da lista de seguidores pelo que apenas 138 participações foram duplicadas.

 E aqui fica a lista dos nicks que não constam da lista de seguidores para que na próxima vez que participarem possam corrigir o nick:


Alice Coelho Gomes
Cris
fjsilva
jota santiago
Margarida Silva
Paulo Saraiva
Pepe Pereira
Samnio


Fiquei com um total de 340 participações e procedi ao sorteio com o seguinte resultado:


E a vencedora é a Lídia Ferreira de Vila Nova de Famalicão a quem já enviei um mail  para confirmar os dados para envio do livro.

Resta-me dar os parabéns à vencedora e quanto aos restantes não se esqueçam de participar no passatempo que está quase a terminar e nos próximos que se seguirão... boa sorte :)



Campanhas Editorial Presença


Livros da semana



A Felicidade de Kati
Jane Vejjajiva

P.V.P.: 9,90 € 5,99 €



Promoção válida de 25 Fevereiro a 3 de Março.
Portes grátis para território nacional.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Aquisições - Semana 8

Margaret Atwood


Titulo: Olho de Gato
Autor: Margaret Atwood

Adquirido: WinkingBooks (obrigada rosabarao)
Preço: € 0,00

(com uma ajudinha das trocas e ofertas lá vou cumprindo o prometido)






Gastei: € 0,00

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Sugestão de Leitura - O Canto de Aquiles

Madeline Miller


Titulo: O Canto de Aquiles
Autor: Madeline Miller
Titulo Original: The Song of Achilles
Ano da edição original: 2011

Editora: Bertrand Editora
Lançamento: 22 de Fevereiro de 2013
Páginas: 344
ISBN: 9789722525541

Sinopse: Aquiles, «o melhor dos gregos», filho da cruel deusa Tétis e do lendário rei Peleu, é forte, veloz e belo - irresistível a todos aqueles que o conhecem. Pátroclo é um jovem príncipe desajeitado, exilado na sequência de um ato de grande violência. Criados juntos por uma questão de circunstâncias, formam uma ligação inseparável, mas arriscam a ira divina.
São treinados pelo centauro Quíron nas artes da guerra e da medicina, mas quando chegam os rumores de que Helena de Esparta foi raptada, todos os heróis da Grécia são convocados para cercarem a cidade de Troia. Seduzido pela promessa de um destino glorioso, Aquiles junta-se à sua causa e Pátroclo, dividido entre o medo e o amor pelo seu amigo, segue-o.
Mas sabem eles que as cruéis Moiras os haverão de testar como nunca antes e deles exigir um terrível sacrifício.

Criticas:

J. K. Rowling - «Adorei este livro.»

Washington Post - «Maravilhosamente escrito.»

The Guardian - «Uma versão marcante da história de Aquiles.»

RuadeBaixo.com - "Ao contrário do mito de Aquiles, este livro não tem um calcanhar que se possa revelar fatídico e é uma das boas surpresas literárias que 2013 já nos trouxe".

Motivo da escolha: Esta foi das semanas em tive mais dificuldade em escolher apenas um livro de entre os vários lançamentos que surgiram. Tinha já 2 livros em vista e para agravar apareceu inesperadamente um terceiro que também me interessou bastante.Acabei por optar por este Canto de Aquiles, não só porque este tema me agrada imenso (apesar de estar um pouco batido), mas também porque dos restantes, um só será lançado daqui a 3 dias e o outro mesmo sendo de uma autora que gosto muito é um livro pequeno, integrado numa saga que nem foi das que mais gostei. Assim, aposto neste romance de estreia de uma autora desconhecida, mas os restantes ficam em espera para uma semana em que os lançamentos não agradem tanto.
Voltando ao motivo da escolha deste livro em particular, a mitologia grega, “A Ilíada” de Homero, o mito de Aquiles e a Guerra de Tróia são temas que me agradam, e sobre os quais já li alguns livros, uns melhores do que outros. No entanto neste livro a história é contada do ponto de vista de Pátroclo, o que me parece original, e me deixou com imensa vontade de o ler.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Campanhas Editorial Presença




Novidades Bizâncio

Elizabeth Hilts

Descubra a Cabra Secreta que há em Si
Elizabeth Hilts
Colecção: Pequenos Livros
ISBN: 978-972-53-0521-8
Págs.: 240
Humor
Sinopse: Há uma parte de cada uma de nós, uma parte bem importante, que muitas vezes não deixamos transparecer. É a cabra secreta. A cabra secreta diz o que pensa e pensa o que diz. É um ponto final definitivo no vício de sermos «boazinhas». Acabou-se o dizer sim quando se quer dizer não. Acabaram-se os becos sem saída sentimentais. A Cabra Secreta que há em Si é aquela parte integral e poderosa que impede que se esqueça de si nas suas relações profissionais, familiares, de amizade e especialmente quando se apaixona. Precisa de mudar o rumo da sua vida? Deixe A Cabra Secreta que há em Si guiá-la!

Nigel Warburton

O Que É a Arte?
Nigel Warburton
Colecção: Filosoficamente
ISBN: 978-972-53-0355-9
Págs.: 188
Filosofia/Arte
Sinopse:Quando um artista manda para uma exposição um pavão vivo isso é Arte? O que é a Arte? Eis uma pergunta que muitos de nós gostaríamos de ver respondida. É esta questão que Nigel Warburton desmistifica neste livro. Com a sua habitual clareza, explica-nos teorias da arte — muito faladas e pouco entendidas — de autores como Clive Bell, Colingwood e Wittgenstein. E aborda ainda outras importantes questões como a intenção do artista, representação e emoção. Um guia, estimulante e acessível, para o imenso puzzle da Arte. Gosta de Filosofia? Interessa-se pela Arte? Gosta apenas de observar quadros? Então este livro é para si.

Michio Kaku

A Física do Futuro
Michio Kaku
Colecção: Máquina do Mundo
ISBN: 978-972-53-0480-8
Págs.: 464
Ciência

Sinopse:Em A Física do Futuro, Michio Kaku apresenta-nos uma esmagadora, apaixonante e provocadora visão do século que aí vem, com base nas entrevistas feitas a mais de trezentos cientistas que, neste momento, já estão a inventar o futuro nos seus laboratórios. O resultado é uma descrição plena de rigor científico sobre os desenvolvimentos que poderemos esperar na medicina, na informática, na inteligência artificial, na nanotecnologia, na produção de energia, etc. Em 2100, possivelmente, controlaremos os computadores com pequenos sensores no nosso cérebro e, como os mágicos, deslocaremos os objectos à nossa volta com o poder da mente. As nossas casas inundadas de inteligência artificial e as nossas lentes de contacto com Internet permitir-nos-ão aceder a toda a informação que queiramos, à escala mundial, e ficar na presença de quem desejarmos num piscar de olhos. Os automóveis conduzir-se-ão sozinhos, com GPS, deslocando-se em almofadas de ar, sobre campos magnéticos. Através da medicina molecular os cientistas poderão criar qualquer órgão do corpo humano e curar doenças genéticas. Milhões de pequenos sensores de ADN, e nanopartículas, patrulharão as nossas células sanguíneas procurando detectar os primeiros sinais de doença, e os avanços genéticos permitir-nos-ão abrandar ou mesmo reverter o processo de envelhecimento. A esperança média de vida alargar-se-á espantosamente. Naves espaciais usarão a propulsão a laser, e talvez seja até possível apanhar o elevador espacial, carregar no botão «para cima» e fazer uma visita ao espaço, depois de, em minutos, percorrer milhares de quilómetros. Porém, estas espantosas revelações são apenas a ponta do iceberg. Kaku fala-nos dos robôs que exprimem emoções, de visão de raio X, de foguetões de antimatéria e da capacidade de criarmos novas formas de vida. Aborda também o desenvolvimento da economia mundial e coloca algumas questões: quem serão, no futuro, os vencedores e os derrotados? Quem terá emprego? Que nações prosperarão? Simultaneamente, Michio Kaku explica-nos os rigorosos princípios científicos que estão subjacentes a estes progressos, qual a taxa provável a que progredirá esta ou aquela tecnologia, quão longe chegará, quais as limitações e obstáculos que terá de ultrapassar. Uma visão apaixonante, devidamente fundamentada, dos anos que nos esperam até 2100. A Física do Futuro é uma odisseia plena de desafios sobre os próximos cem anos e a sua emocionante revolução científica.

Colin McGinn

Não me F**** o Juízo
Colin McGinn
Colecção: Filosoficamente
ISBN: 978-972-53-0413-6
Págs.: 96
Filosofia

Sinopse: Uma coisa é estar rodeado de tretas. Outra completamente diferente é que nos f**** o juízo. A primeira é irritante, mas a segunda é violenta e invasiva (excepto quando consentida). Se alguém lhe manipular os pensamentos e as emoções, lixando-lhe a cabeça, é natural que fique ressentido: o indivíduo em questão distorceu as suas percepções, perturbou os seus sentimentos, talvez até lhe tenha usurpado o Eu. A psicofoda é um aspecto predominante da cultura contemporânea e o agente que a pratica tanto pode ser um indivíduo como todo um Estado, dos jogos de manipulação pessoais até à propaganda em grande escala. Em Não me F**** o Juízo, Colin McGinn investiga e clarifica este fenómeno. Da antiga Grécia a Shakespeare e às técnicas modernas de controlo de pensamento, McGinn reúne os componentes deste complexo conceito — confiança, logro, emoção, manipulação, crença falsa, vulnerabilidade — e explora a sua natureza.

Novidades Antígona

Jean Malaquais
Os Javaneses
Jean Malaquais


Lançamento: 25 Fevereiro 2013
Tradução: Luís Leitão

Sinopse: Prémio Renaudot em 1939, a obra Os Javaneses retrata o quotidiano numa mina de prata e chumbo na Provença dos anos 30. Apelidada Ilha de Java, é uma genuína torre de Babel rude, viva e apinhada, onde trabalham os excluídos, os sem-papéis e os verdadeiros condenados da terra, que partilham um idioma apenas entendido pelos veteranos. Rico em expressões provenientes de diversas línguas e culturas, e apresentando muitas vezes jogos de palavras baseados na sonoridade particular de todas elas, é também o fabuloso retrato de uma realidade social e um livro profundamente humano, perturbador e anunciador dos tempos abomináveis que se seguiriam.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Conexão - Os Versículos Satânicos - Salman Rushdie E Os Versículos Satânicos


Retomando a rubrica iniciada com o livro Romeu e Julieta, deixo-vos agora a conexão para o livro Os Versículos Satânicos. Não existindo uma adaptação ao cinema, resolvi optar por documentário do canal Odisseia de que gostei imenso. Na verdade devia ter optado por tê-lo visto antes ou durante a leitura do livro.

Gostei particularmente deste documentário por dar uma boa visão da dimensão da polémica gerada em torno deste livro, mas também por entrevistar e expor opiniões de várias individualidades envolvidas no caso, com visões bem opostas.

Deixo-vos o vídeo, com um único comentário: Como foi possível??


Título: Salman Rushdie E Os Versículos Satânicos
Título original: The Satanic Verses Affair
Ano: 2010
Emissora: Odisseia



Bibliotecas do Mundo - Biblioteca Nacional de França - Bibliothèque nationale de France (Site Richelieu)


Local: Paris, França
Fundada em: 1461

Tipo: Biblioteca Nacional
Nº aproximado de itens:  44.000.000 (livros, incunábulos, manuscritos, estampas, fotografias, mapas e plantas, partituras, moedas, medalhas, documentos sonoros, vídeos, multimédia, cenários, fatos)

Notas: A biblioteca está repartida por 7 locais. Embora os dados apresentados sejam gerais, as fotos apresentadas são do Site Richelieu.
A Biblioteca de pesquisa é reservada para os leitores credenciados, a Biblioteca de estudo é acessível a toda a gente a partir dos 16 anos, sujeita à aquisição de uma entrada. Para estar credenciado, é necessário ter mais de 18 anos e comprovar a sua pesquisa de nível universitário, profissional ou pessoal, em que seja necessário recorrer às colecções que se encontram na Biblioteca de pesquisa.

Mais informações em http://www.bnf.fr


















Convite - Morte com Vista para o Mar (Pedro Garcia Rosado) - Lisboa e Porto



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Opinião – Os Versículos Satânicos

Salman Rushdie


Titulo: Os Versículos Satânicos
Autor: Salman Rushdie

Titulo Original: The Satanic Verses
Ano de Publicação Original: 1988

Editora: Círculo de Leitores
Ano: 1989
Tradução: Ana Luisa Faria e Miguel Serras Pereira
Páginas: 493
ISBN: 9722007467

Sinopse: Antes de nascer o dia, numa manhã de Inverno, um avião Jumbo é assaltado e explode por cima do canal da Mancha. No meio de escombros, por entre carros de bebidas, cobertores e máscaras de oxigénio, duas figuras caem na direcção do mar sem auxílio de pára-quedas: Gibreel Farishta, o lendário actor de cinema indiano, e Saladin Chamcha, o homem das mil vozes e anglófilo convicto. Agarrados um ao outro, cantando canções rivais, acabam por ser arrastados para a costa, e chegam vivos a uma praia inglesa de areias cobertas pela neve. Um milagre, mas ambíguo, porque em breve se nota neles sinais de curiosas transformações. Gibreel parece ter adquirido um halo, enquanto a Saladin crescem-lhe pêlos nas pernas, os seus pés transformam-se em cascos e nas suas têmporas começam a aparecer duas saliências.

Assim se inicia os Versículos Satânicos (1988), de Salman Rushdie.

Gibreel e Saladin foram escolhidos (por quem?) como protagonistas da eterna luta entre o Bem e o Mal. Mas quem é quem? Poderão os demónios ser angelicais? Poderão os anjos ser demónios disfarçados? Neste livro fascinante onde o passado e o presente se perseguem furiosamente, Salman Rushdie conduz-nos através de uma jornada épica, de uma jornada de lágrimas e riso, de histórias maravilhosas em voos delirantes de imaginação, a uma viagem para o bem e para o mal que permanecem indissociados nos corações dos homens e das mulheres.

Opinião: Recentemente no seguimento de um post que coloquei aqui no blogue com uma sugestão de leitura do livro Joseph Anton de Salmon Rushdie, recordei toda a polémica e sentenças de morte geradas pela publicação deste livro, assim como o facto de o ter adquirido na altura e o mesmo ter acabado esquecido algures numa prateleira. Resolvi pegar-lhe agora.

Pessoalmente, acredito que existe a altura certa para ler um livro, e no caso deste embora não tenha a certeza que essa altura foi agora, posso seguramente afirmar que não o teria sido na altura em que o adquiri. Tenho hoje consciência que a minha juventude e relativa imaturidade na época não me teriam permitido apreciar este livro, provavelmente nem teria acabado de o ler.

Este não é um livro particularmente difícil de ler, até porque a escrita do autor é relativamente acessível, mas pelo menos para mim foi um livro de leitura lenta. Não foi fácil entrar na história, familiarizar-me com as personagens, apanhar o duplo sentido ou as criticas implícitas em algumas partes. Sei que grande parte disso se deve aos meus fracos conhecimentos da religião muçulmana, falha que no decorrer da leitura fui tentando atenuar recorrendo para isso a pesquisas na Internet  mas sem resultados muito significativos. Como podem calcular, não se conhece uma religião em tão pouco tempo. Se juntarmos a isto as cerca de 500 páginas do livro, que na realidade equivalem a mais umas quantas pela forma como está escrito, percebem por certo que esta não é uma leitura rápida, pelo contrário, é uma leitura que exige alguma disponibilidade e memória para imensas personagens largadas e retomadas ao longo da narrativa.

Tenho consciência de que uma boa parte das críticas religiosas que tanto ofenderam os muçulmanos na época devem ter-me passado ao lado, simplesmente porque não tenho os conhecimentos religiosos necessários para as identificar. De qualquer forma, mesmo não tendo eu qualquer religião, este é um tema que opto por não comentar, principalmente porque sinto que não tenho conhecimentos para tal.

O enredo do livro é no fundo um conjunto de várias histórias com inúmeras personagens, que se interligam e por vezes se cruzam, rodando todas elas essencialmente à volta dos personagens principais, Saladin e Gibreel. Estes são, como indicado na sinopse, dois indianos, com personalidades muito diferentes, que sobrevivem à explosão e queda de um avião sequestrado por terroristas. O extraordinário da situação não fica por aqui, uma vez que um deles vai-se transformando em anjo e o outro em demónio. A questão principal, que é colocada ao longo de todo o livro, é se será Saladin realmente a encarnação do mal e Gibreel a encarnação do bem? Ou apenas seres humanos com os seus defeitos e qualidades, nem totalmente maus nem completamente bons, apenas reagindo à sua maneira às circunstancias com que se deparam? Juntamente com esta questão, muitos mais temas são debatidos neste livro como a já mencionada religião, o racismo, as nossas raízes, o perdão, etc..

Gostei muito desta visão da Índia e dos indianos dada por um autor indiano de nascimento, embora o facto de este não se dirigir a não conhecedores desta cultura e religião, e as poucas notas do tradutor sobre os temas menos comuns, não nos facilitem muito a leitura.

Um dos fatores que mais peso tem na minha avaliação de um livro é o final, a capacidade do autor em nos presentear com um final credível e preferencialmente pouco previsível. Não pensem com isto que só gosto de finais felizes, não é o caso, gosto é de finais à altura. Quantos de vocês não leram já livros que até estavam a gostar mas o final estragou tudo?

No caso deste livro o ultimo capítulo é excelente, brinda-nos com uma descrição dura e sem “paninhos quentes” da doença e da morte, que no entanto ao mesmo tempo que nos repugna, consegue também tocar-nos fundo, criar uma empatia imediata. O destino final dos personagens é também excelente (reparem que disse excelente, não feliz) e na minha opinião cumpre todos os requisitos que mencionei, encerrando muito bem a história. Em resumo gostei bastante desta leitura.

Termino deixando-vos dois excertos do livro com duas questões muito interessantes, sendo que uma delas é colocada a várias personagens ao longo do livro.

"Toda a ideia nova, Mahound, deve responder a duas perguntas. A primeira é-lhe feita enquanto ela é fraca: Que tipo de ideia és? És dessas ideias que aceitam compromissos, fazem acordos, se acomodam à sociedade, procuram encontrar um nicho, sobreviver; ou és dessas outras, dessas ideias malditas, teimosas, inflexíveis, que preferem parvamente deixar-se quebrar, a oscilar ao sabor da brisa? - Esse tipo de ideia que quase fatalmente, noventa e nove vezes em cada cem, acaba destruída  aniquilada; mas da centésima vez transforma o mundo.
«Qual é a segunda pergunta?» perguntou Gibreel, em voz alta.
Responde primeiro à primeira, " (pág. 310)

"Já sabemos qual foi a resposta. E agora Mahound, que voltas a Jahilia, é tempo de fazer a segunda pergunta: Como é que te comportas quando vences? Quando tens os inimigos à tua mercê e o teu poder é absoluto: o que fazes então?" (pág. 340)


Novidades Presença

Albert Espinosa

O Mundo Amarelo
Albert Espinosa
Colecção: Diversos
Data 1ª Edição: 19/02/2013
Nº de Páginas: 176

Sinopse:A vida de Albert Espinosa mudou quando tinha 14 anos e lhe diagnosticaram um cancro. Aos 15 amputaram-lhe a perna esquerda, e, até aos 24, quando foi dado como curado, retiraram-lhe ainda o pulmão esquerdo e extraíram-lhe parte do fígado. Mas, como o próprio diz: «O cancro tirou-me as coisas materiais […] mas deu-me a conhecer muitas outras coisas que nunca teria conseguido descobrir sozinho.» Este é o livro onde o autor partilha as experiências e os ensinamentos que o ajudaram a viver feliz mesmo nas circunstâncias mais difíceis. O sucesso desta obra tem sido contagiante, registando sucessivas edições, milhares de exemplares vendidos e direitos adquiridos por mais de uma dezena de países.

Mais informações aqui.

John Green

Cidades de Papel
John Green
Colecção: Noites Claras
Data 1ª Edição: 19/02/2013
Nº de Páginas: 344

Sinopse: Quentin Jacobsen e Margo Roth Spiegelman são vizinhos e amigos de infância, mas há vários anos que não convivem de perto. Agora que se reencontraram, as velhas cumplicidades são reavivadas, e Margot consegue convencer Quentin a segui-la num engenhoso esquema de vingança. Mas Margot, sempre misteriosa, desaparece inesperadamente, deixando a Quentin uma série de elaboradas pistas que ele terá de descodificar se quiser alguma vez voltar a vê-la. Mas quanto mais perto Quentin está de a encontrar, mais se apercebe de que desconhece quem é verdadeiramente a enigmática Margot. 

Mais informações aqui.



Helder Macedo

Tão Longo Amor Tão Curta a Vida
Helder Macedo
Colecção: Grandes Narrativas
Data 1ª Edição: 19/02/2013
Nº de Páginas: 176

Sinopse: Neste novo romance de Helder Macedo, um thriller psicológico, o narrador é um escritor português que vive em Londres. Uma noite recebe uma inesperada visita de um amigo diplomata seu compatriota que tinha ido participar numa conferência sobre o Médio Oriente e que lhe pede abrigo, alegando encontrar-se em perigo porque tinha fugido depois de ter sido sequestrado por uma mulher e um homem mais velho. A sua história é tão inverosímil que o escritor decide, em vez do novo romance que tinha iniciado, criar uma versão ficcional do que poderia ocultar-se por detrás do que o amigou lhe contara. Quando o diplomata volta a Londres, o escritor confronta-o com a sua reconstrução da história. As consequências são dramáticas e imprevisíveis.

Mais informações aqui.


Convite - A Paixão de K (Miguel Miranda) - Lisboa


Novidades Antígona


As Maçãs Douradas
Eudora Welty

Lançamento: 28 Fevereiro 2013
Tradução e posfácio: Diana V. Almeida

Sinopse: Que estranha a forma como se precipitam os acontecimentos, talvez como as maçãs de Atalanta, quando um certo ímpeto se apodera de nós!
 Ciclo de contos tido pela crítica e pela autora como a sua obra-prima, As Maçãs Douradas (1949) são um retrato vivo e convincente da vida sulista na primeira metade do século xx, nos EUA. Na pequena cidade de Morgana, no Mississípi, cruzam-se ao longo de quatro décadas personagens que dão cor ao quotidiano com a sua peculiar visão. Afastando a cortina dos preceitos do Sul, Welty revela o contraste entre a imensidão da paisagem e a estreiteza dos preconceitos, centrando-se nas feridas abertas por uma sociedade onde se espera que cada um cumpra inexoravelmente o seu destino.

Mais informações aqui.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ideia - Livro Candeeiro

Desta vez descobri uns candeeiros que achei espetaculares, a começar pela base em formato de livro, e a terminar nas lâmpadas que são reproduções de lâmpada de Edison. Deixo-vos 4 modelos mas o site tem mais por onde escolher...pena serem carotes :)































À venda no Typewriter Boneyard

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Aquisições - Semana 7

Kazuo Ishiguro


Titulo: Os Despojos do Dia
Autor: Kazuo Ishiguro

Adquirido: WinkingBooks (obrigada Aneca)
Preço: € 0,00











Louise Erdrich

Titulo: A Rainha da Beterraba
Autor: Louise Erdrich

Adquirido: WinkingBooks (obrigada carla heitor)
Preço: € 0,00


(continuo a cumprir mas não está fácil, pelo que resolvi gastar os meus pontos do WinkingBooks :) )





Gastei: € 0,00

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Sugestão de Leitura - A Herdade

Jane Smiley


Titulo: A Herdade
Autor: Jane Smiley
Titulo Original: A Thousand Acres
Ano da edição original: 1991

Editora: Civilização Editora
Lançamento: Fevereiro de 2013
Páginas: 448
ISBN: 9789722634793

Sinopse: O romance A Herdade, best-seller vencedor do prémio Pulitzer, foi escrito por uma das maiores romancistas americanas da atualidade. A propriedade de Larry Cook é a maior de Zebulon County, Iowa, e um reflexo do seu trabalho e perseverança. De um momento para o outro, Larry, um homem orgulhoso e possessivo, decide reformar-se e doar a propriedade às suas três filhas, numa atitude pouco típica do seu temperamento. Ginny e Rose, as filhas mais velhas, ficam surpreendidas com a atitude do pai mas ansiosas por aceitar. Caroline, a mais nova, tem algumas dúvidas e, de imediato, o pai exclui-a. Em A Herdade, Jane Smiley transpõe a história de O Rei Lear para a atualidade e, ao fazer isso, lança uma nova luz sobre o original de Shakespeare ao mesmo tempo que o transforma de forma subtil. Este romance surpreendente foi galardoado com os dois prémios literários mais prestigiados da América, o Prémio Pulitzer para ficção e o National Book Critics Circle Award.

Criticas:

The Sunday Times - «A Herdade é um romance forte e intrincado […] soberbo.»

Literary Review - «Ficção épica do mais alto nível, realista, intenso e completamente viciante.»

Independent - «Excelente, extraordinário, surpreendente. A Herdade é uma notável tragédia americana sobre o fracasso na gestão de terras e na gestão do amor. Até pode haver romances melhores do que A Herdade, mas creio que ainda não os encontrei.»

New York Times - «Poderoso, comovente, íntimo e envolvente.»

Motivo da escolha: Fico sempre muito satisfeita quando uma editora me facilita a vida. Este era mais um daqueles livros que já constava da minha wishlist, mais precisamente na secção de "cromos difíceis".  Isto porque única edição em português que tinha conhecimento é da Editora Rocco, de 1995 e tinha o titulo "Uma Bela Propriedade". Nunca encontrei nenhum para venda, mesmo usado. Mais uma aquisição a ter em conta :)

Autor em destaque - Eça de Queirós

Para o 2º autor em destaque do mês de Fevereiro, escolhi um dos maiores nomes da literatura portuguesa e que dispensa qualquer justificação. Na listagem de livros, devido à antiguidade dos mesmos e às inúmeras edições de que foram alvo, optei por colocar a data da 1ª edição e a editora e data da edição mais recente que encontrei




Eça de Queirós




Nome Completo: José Maria de Eça de Queirós
Data de Nascimento: 25 de Novembro de 1845
Local de Nascimento: Póvoa de Varzim, Portugal
Data da morte: 16 de Agosto de 1900 (aos 54 anos, vitima de doença prolongada)
Local da morte: Paris, França




Livros
Ano
Titulo
Editora
Ano
1870
O mistério da estrada de Sintra
11X17
2011
1875
O Crime do Padre Amaro
Porto Editora
2011
1877
A Tragédia da Rua das Flores
Livros do Brasil
1984
1878
O Primo Basílio
Civilização Editora
2012
1880
O Mandarim
Livros do Brasil
2011
1887
A Relíquia
Porto Editora
2012
1888
Os Maias
Clube do Autor
2013
1890
Uma Campanha Alegre
Lello Editores
2010
1893
O Tesouro
Incluídos no livro Contos
1894
A Aia
1897
Adão e Eva no paraíso
Quasi Edições
2001
1900
Correspondência de Fradique Mendes
Editores Independentes
2009
1900
A Ilustre Casa de Ramires
Porto Editora
2010
1901
A Cidade e as Serras
Porto Editora
2011
1902
Contos
Porto Editora
2011
1903
Prosas bárbaras
Livros do Brasil
1999
1905
Cartas de Inglaterra
Europa-América
2000
1905
Ecos de Paris
Lello Editores
1979
1907
Cartas familiares e bilhetes de Paris
Lello Editores
1979
1909
Notas contemporâneas
Livros do Brasil
2000
1912
Últimas páginas
Livros do Brasil
1995
1925
A Capital
Editorial Presença
2003
1925
O conde de Abranhos
Porto Editora
2010
1925
Alves & Companhia
Editorial Presença
2003
1925
Correspondência
Livros do Brasil
2000
1926
O Egipto
Livros do Brasil
2000
1929
Cartas inéditas de Fradique Mendes
Lello Editores
1981
1949
Eça de Queirós entre os seus - Cartas íntimas
Editorial Caminho
2012

Biografia
Nasceu a 25 de Novembro de 1845, na Póvoa de Varzim, filho de José Maria Teixeira de Queirós e de Carolina Augusta Pereira d'Eça. O seu pai era magistrado e amigo de Camilo Castelo Branco.

Foi baptizado na Igreja Matriz de Vila do Conde.

Aos 10 anos entra como interno no Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861. Nesse ano entra para a Universidade de Coimbra, onde estudou Direito e ficou amigo de Antero de Quental e Teófilo Braga.

Em 1866 forma-se em Direito e instala-se em Lisboa, em casa dos pais, no Rossio, 26, 4º andar, inscrevendo-se como advogado no Supremo Tribunal de Justiça.

Os seus primeiros trabalhos foram publicados na revista "Gazeta de Portugal" e reunidos em livro postumamente com o título Prosas Bárbaras.

Parte para Évora no final de 1866, onde irá fundar e dirigir o jornal da oposição Distrito de Évora.

Em Julho de 1867 regressa a Lisboa e retoma a sua colaboração na Gazeta de Portugal.

Entre 23 de Outubro de 1869 a 3 de Janeiro de 1870 fez uma viagem à Palestina, Síria e Egipto na companhia de D. Luís de Castro, 5º conde de Resende e irmão da sua futura mulher, D. Emília de Castro, tendo assistido no Egipto à inauguração do canal do Suez.

Em 1870 ingressou na Administração Pública, sendo nomeado administrador do concelho de Leiria.

Em 1872 é nomeado cônsul de 1ª classe nas Antilhas espanholas. No final do ano será empossado no seu cargo em Havana, aí permanecendo durante dois anos. Entre 1874 é transferido para o consulado de Newcastle-upon-Tyne onde ficará 4 anos. Em 1878 é transferido para o consulado de Bristol.

Aos 40 (1886) anos casou com Emília de Castro Pamplona Resende, no oratório particular da Quinta de Santo Ovídio no Porto. O casal teve 4 filhos: Alberto, António, José Maria e Maria.

Mais tarde, em 1888 é nomeado cônsul em Paris.

Morreu em 16 de Agosto de 1900 na sua casa de Neuilly-sur-Seine, perto de Paris. Em Setembro, o corpo é trasladado para Portugal, realizando-se o funeral no cemitério do Alto de S. João em Lisboa.

Curiosidades
Os seus pais não eram casados na altura do seu nascimento o que fez com que Eça de Queirós fosse baptizado como filho de José Maria Teixeira de Queirós e de Mãe incógnita, solução comum para a época, usada em casos similares nos registos de baptismo quando a mãe pertencia a estratos sociais elevados.
Passou a sua infância, até aos 10 anos em Verdemilho, em Aradas, Aveiro, em casa dos avós paternos, apesar de o casamento dos seus pais se ter realizado quatro anos depois do seu nascimento.

Além do escritor, os pais tiveram mais seis filhos.

Mais de metade dos seus livros foram editados postumamente.

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