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quinta-feira, 28 de março de 2013

Opinião – A República dos Corvos de José Cardoso Pires

José Cardoso Pires
Titulo: A República dos Corvos
Autor: José Cardoso Pires

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: 1988

Editora: Público
Ano: 2004
Tradução: n/a
Páginas: 156
ISBN: 8497894219

Sinopse: O volume de contes A República dos Corvos surgiu em 1989. Com esta obra, Cardoso Pires confirma a sua incomparável mestria dentro do género, habilidade que já demonstrara em Os Caminhantes e Outros Contos (1949) e Jogos de Azar (1963). A sua depurada técnica narrativa e a sua poderosa imaginação confluem em relatos que são por vezes alegóricos e impenetráveis, e na sua maioria de corte metaficcional. 'Dinossauro Excelentíssimo' é uma fábula sobre a ditadura de Salazar, enquanto que "O Pássaro das Vozes“ e “As baratas” ironizam sobre e hipocrisia das convenções da classe media. "A República dos Corvos”, o conto que dá o título à colecção, mescla o presente e o passado de Lisboa quando alude, numa história que se desenvolve na época contemporânea, à lenda de fundação de Lisboa per São Vicente. Em suma, estamos perante contes amargos e sarcásticos, que transmitem a desolação causada por um mundo em que a custo se observa um pouco de altruísmo entre os homens. Tal como afirma na dedicatória: "Hoje em dia pode roubar-se tudo a um homem, até a morte - disse o contador de estórias à sua filha Ritinha”.  

Opinião: Lembro-me de ter lido um livro de José Cardoso Pires, mas já há tanto tempo que nem me recordo qual, embora tenha uma vaga ideia que era emprestado. Tenho no entanto a recordação nítida que detestei o livro. Por esse motivo, embora tenha plena consciência que uma boa parte dos livros que tenho apreciado hoje nessa altura não seria capaz ou não teria paciência para os ler, os dois volumes do autor que fazem parte desta coleção do Público foram sendo deixados para mais tarde indefinidamente.

Finalmente achei que estava na altura de dar uma nova oportunidade ao autor, e escolhi este A República dos Corvos por ser o mais pequeno. Começo por dizer que não sou grande entusiasta de livros de contos, não porque tenha alguma coisa contra o género, mas porque quando os acho realmente bons, fico sempre com aquela sensação de “soube a pouco”, e a pensar comigo própria qualquer coisa do género “Isto com mais umas personagens e o dobro ou triplo das páginas teria dado um romance excecional”. Já encontrei exceções, ou seja bons contos em que qualquer alteração seria desastrosa, mas como digo são exceções…

Mesmo perante o que acabei de vos explicar peguei no livro convicta que seria o livro ideal para me reiniciar na leitura deste autor, e que seria uma experiência agradável. Pois enganei-me redondamente. Ler este livro de 156 páginas foi em algumas partes um suplício. Não costumo sofrer de insónias, mas se fosse o caso, estaria neste momento felicíssima por ter encontrado a cura. Na maioria dos dias não consegui ler mais que meia dúzia de páginas de cada vez e se não fosse um livro pequeno acho que teria desistido.

O livro é composto por 7 contos em que apenas um conseguiu captar a minha atenção,  "Dinossauro Excelentíssimo" e mesmo assim não o considerei um bom conto  apenas mais interessante que os restantes. Trata-se de uma sátira inspirada na vida de Salazar que relata a vida de um “imperador” e da ditadura por ele criada. Neste conto o sarcasmo e a critica social são presenças constantes e  o autor consegue captar a nossa atenção durante grande parte do conto.

Quanto aos restantes, há mais alguns que se lêem com relativa facilidade, mas na minha opinião são  basicamente desinteressantes. Incluo nesta categoria "A República dos Corvos", uma fábula no ponto de vista de um corvo que vai criticando os costumes das gentes de Lisboa, num tom que se pretendia sarcástico e humorista, mas a que não consegui achar graça. "As Baratas" e "O Pássaro das Vozes“são outros contos que se lêem sem dificuldade de maior, e que de acordo com a sinopse pretendiam ironizar sobre a hipocrisia das convenções da classe media, mas que mesmo com as claras referencias a Kafka no primeiro, não conseguiram qualquer reação da minha parte para além da indiferença. "Lulu"  é tão repetitivo que perdi o interesse antes de chegar a meio.

E os dois restantes "Ascensão e Queda dos Porcos-Voadores" e "Os Passos Perdidos" são na minha opinião os piores, verdadeiramente enfadonhos e com efeito altamente soporífero. O primeiro se tem algum sentido, passou-me completamente ao lado e no segundo após ler 4 ou 5 páginas e não ter retido absolutamente nada, resolvi passar ao próximo e não terminei sequer a leitura.

Ler 2 livros de um autor e não ter gostado (mesmo que não considere muito válida uma das opiniões devido à sua antiguidade)  desanimou-me um bocado, e pus-me a pensar se terei feito apenas más escolhas ou se andarei muito “azeda”… E vocês, já leram este livro? Gostaram? Gostam de José Cardoso Pires?

A escrita do autor é de facto boa, repleta de sarcasmo, mas apenas esse facto juntamente com o único dos sete contos que me interessou, não me permitem classificar este livro com mais de



Deixo ainda um pequeno excerto do conto Dinossauro Excelentíssimo:


Poucos, raríssimos cidadãos podiam entrar na torrezinha onde ele se tinha fechado a sete chaves, todas de segredos e cada qual com o seu nome:
Chave da Força, a mais pesada.
Chave das Bênçãos ou dos Santos óleos, trabalhada a ouro e a incenso.
Chave do Comercio, modelo universal.
Chave dos Espiões ou Gazua da Inconfidência.
Quinta Chave, também chamada das Alianças, para uso dos estrangeiros de boa vontade.
Chave do Suborno, a de mais voltas.
Chave dos Caprichos e Acasos, pessoal e intransmissível.
Conforme a pessoa, assim a chave que lhe dava entrada na torre.
(pág.114)


domingo, 21 de outubro de 2012

Opinião – Histórias de um Portugal Assombrado



Titulo: Histórias de um Portugal Assombrado
Autor: Vanessa Fidalgo

Titulo Original: n/a
Ano de Publicação Original: 2012

Editora: Esfera dos Livros
Ano: 2012
Tradutor: n/a
Páginas: 247
ISBN: 9789896263713

Sinopse: Hoje o Palácio Beau Séjour é ocupado pelo Gabinete de Estudos Olisiponenses, da Câmara Municipal, de Lisboa, mas noutros tempos foi a residência do Barão da Glória, que ainda hoje por lá anda a arrastar grossos volumes de livros e caixotes de documentos, para desespero dos funcionários, que, dias depois, voltam a encontrá-los no exato local onde haviam procurado. O Barão também é culpado, acusam, pelo tilintar da chávenas em cima das mesas e pelo soar das campainhas da Quinta de São Domingos de Benfica.

No Castelo de Almourol ou no de Bragança, amores incompreendidos deixaram espetros a pairar nas suas torres e ameias. Na Serra de Sintra sobram razões para ter medo, entre casas assombradas e almas que deambulam pelas estradas. No Porto, há espetros a discutir a herança pela calada da noite e apartamentos que, afinal, contra todas as razões lógicas, não estão vazios como aparentam. Em Castro Marim, as mouras ainda andam à solta, e, em Penafiel, os sustos marcam o ritmo dos dias na Quinta da Juncosa, que há séculos foi palco de um crime hediondo. Em Langarinhos, Gouveia, há uma casa inacabada, obra que, por mais que tente, nenhum proprietário consegue finalizar.

Falar de fantasmas, casas assombradas e mistérios difíceis de explicar não é tarefa fácil. Há quem fique com pele de galinha, outros não deixam de esboçar um sorriso trocista.
A jornalista Vanessa Fidalgo foi mais longe e fez um levantamento exaustivo das principais histórias que de norte a sul e nas ilhas ensombram o país, entrevistou alguns protagonistas e falou com vários especialistas de diferentes áreas – sociólogos, psiquiatras, historiadores, antropólogos, etc. – e o
resultado é um livro rigoroso e original sobre um Portugal desconhecido e misterioso.

Opinião: O paranormal assim como as lendas são temas que de imediato prendem a minha atenção e, despertam a minha curiosidade. Não sendo crente, também não sou absolutamente céptica, mas tenho um fascínio inexplicável por estes temas. Assim, este livro à partida tinha tudo para me prender da primeira à última página… lamentavelmente não aconteceu, foi uma completa desilusão.

Esperava um livro cheio de investigações minuciosas e relatos intrigantes, daquele género para ler no escuro da noite e ficar arrepiada mas este livro está muito longe disso.

A autora relata os factos com uma leveza e superficialidade que torna os casos quase banais, retira-lhes o mistério usando por vezes uma linguagem brejeira que chega a roçar o cómico.

Os capítulos estão mal distribuídos, algumas vezes os casos não se encaixam na temática dos capítulos, noutras deveriam estar inseridos em capítulos anteriores. As introduções desses mesmos capítulos são algo enfadonhas e por vezes contrariadas pelos casos descritos.

De investigação vê-se muito pouco, a autora limita-se a entrevistar alguns especialistas nas áreas da Parapsicologia, Espiritismo etc.. e a fazer algumas pesquisas na Internet. Quanto a deslocações e investigações nos locais se as houve não se notam. Parece-me que qualquer um com um pouco de paciência e interesse pelo tema poderia ter obtido esta informação através de um motor de busca como o Google.

Já tenho encontrado livros que na minha opinião seriam melhores se tivessem metade do tamanho, mas creio que esta foi a primeira vez que um livro me deixou com a sensação que deveria ter pelo menos o dobro das páginas.

Como aspectos positivos realço a originalidade da ideia que me agradou de imediato, e algumas lendas que não conhecia e são facto interessantes embora como já disse anteriormente estejam mal exploradas e de assombradas tenham pouco.

Por tudo isto a minha nota para este livro não vai além de



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