sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Opinião - Sangue Asteca

Gary Jennings

Titulo: Sangue Asteca - Volume 2 de 2
Autor: Gary Jennings

Titulo Original: Aztec
Ano de Publicação Original: 1980

Editora: Saída de Emergência
Ano: 2008
Tradutor: Carlos Romão
Páginas: 544

Sinopse: Em 1530, depois de Hernán Cortés quase extinguir o povo Asteca, o Rei de Espanha, ordena ao bispo do México que lhe faculte informação acerca dos costumes do povo Asteca. O bispo, frei Juan de Zumárraga, redige um documento baseado no testemunho de um ancião. Um homem humilde e submisso que vai chocar a moralidade e os preconceitos do mundo civilizado. O nome dele é Mixtli - Nuvem Obscura. Após Orgulho Asteca, Mixtli, o mais robusto e memorável de todos os Astecas, continua o relato da sua vida em Sangue Asteca. Mixtli já não é um jovem inocente. A sua infância, as suas viagens e batalhas, a perversidade da corte e os amores perdidos fizeram de Mixtli um homem marcado pelas cicatrizes de uma vida atribulada e muitas vezes trágica. O realismo e o desfecho deste maravilhoso livro, contam uma história que o leitor jamais irá esquecer. A História de Mixtli é em grande parte a história do próprio povo Asteca: épica e de uma dignidade heróica. Este é o princípio e o fim de uma colossal civilização.

Opinião: Hoje terminei a leitura deste 2º volume, Sangue Asteca, leitura que sem dúvida alguma vai deixar saudades e irei recordar por longo tempo. Neste volume assistimos a menos aventuras de Mixtli, menos relatos da cultura asteca, para darmos lugar aos hábitos dos espanhóis do século XVI, e aos relatos das suas conquistas dos diversos povos e terras da América do Sul com especial ênfase no povo Asteca. Nem por isso a narrativa se torna mais suave ou menos cruel, muito pelo contrário. Jennings mantém a sua forma de descrever os acontecimentos dura e sem anestesias, que muito apreciei, embora tenha de admitir que há passagens capazes de chocar e revoltar o mais insensível dos leitores, duras de ler, pois os detalhes são tantos que nos sentimos espectadores dos acontecimentos.

É um livro brutal, viciante, empolgante, e excelente por tudo o que nos transmite, seja a nível de aquisição de conhecimentos, seja pela capacidade de nos transportar para a época. Li o livro em 2 semanas (o que no meu caso e tendo em conta as suas 544 páginas é óptimo) e durante essas 2 semanas fui um pouquinho asteca e vivi junto com Mixtli e os seus conterrâneos os acontecimentos que determinaram a sua extinção.

Os meus conhecimentos da cultura asteca que eram fraquitos, melhoraram consideravelmente, assim como a minha visão da intolerância humana e dos erros e atrocidades que se cometem em nome dela. É impressionante constatar a propensão que o ser humano tem para ver a sua realidade, as suas crenças, os seus ideais como únicos e absolutos e ser tão intolerante perante a diferença, e arrepiante pensar que esta intolerância aliada na maioria dos casos à ganância já teve tantos resultados catastróficos ao longo da nossa História. E se observarmos bem à nossa volta continuamos a conviver com tantas intolerâncias seja a nível religioso, racial, sexual, político ou apenas cultural que não podemos deixar de reflectir…

Por tudo isto e pelo que deixo por dizer, a minha classificação para esta obra, no seu conjunto com o 1º volume Orgulho Asteca é de 5* - Adorei. Não poderia deixar de a atribuir, pois quase todos os requisitos que defini para esta classificação são aplicáveis a esta obra seja porque de facto tive pena de já ter terminado ou porque irei recordar esta história e Mixtli por longo tempo, mas principalmente pelo que mudou em mim com esta leitura. Só tenho duvidas se algum dia a irei reler, porque ainda são cerca de 1000 páginas e tenho tantos livros por ler :)

Recomendo os 2 volumes sem qualquer hesitação.


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